ATA DA SEXAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 08-8-2005.

 


Aos oito dias do mês de agosto do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e nove minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia e Sebastião Melo. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do artigo 141, parágrafo único, do Regimento, que dispõe sobre o prazo para a realização de nova verificação de quórum para o início da Sessão. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d’Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Qüinquagésima Sétima e Qüinquagésima Oitava Sessões Ordinárias e da Vigésima Segunda Sessão Solene, que deixaram de ser votadas, em face da inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador Adeli Sell, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 008 e 034/05 (Processos nos 0125 e 0949/05, respectivamente); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Informações nº 192/05 (Processo nº 4782/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 216/05 (Processo nº 4618/05); pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providências nos 1842, 1844 e 1845/05 (Processos nos 4740, 4754 e 4755/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 218/05 (Processo nº 4690/05); pela Vereadora Maristela Meneghetti, o Pedido de Providências nº 1843/05 (Processo nº 4741/05); pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 035/05 (Processo nº 4693/05); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Informações nº 186/05 (Processo nº 4710/05). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 215/05, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Legislativo nº 230/04 (Processo nº 5490/05); de nº 216/05, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Legislativo nº 183/04 (Processo nº 4120/05). A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Newton Quites, Pedro Alberto Tedesco Silber, Aloísio Milesi e Eurico Trindade Andrade Neves, respectivamente Presidente, Vice-Presidente, Presidente do Conselho Deliberativo e ex-Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; do Professor José Carlos Ferraz Hennemann, Magnífico Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e do Senhor Sérgio Kaminski, Presidente em exercício do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias comparecem a este Legislativo para solenidade relativa ao transcurso do septuagésimo quinto aniversário da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Ainda, o Senhor Presidente registrou as presenças, como extensão da Mesa, dos Senhores Luiz Alcides Capoani e Alexandre Weindorfer, respectivamente Presidente e Vice-Presidente do Instituto de Perícias e Engenharia e Avaliações do Rio Grande do Sul; Paulo Ronei Reali, Hilário Pires e Romano Botin, respectivamente Vice-Presidente de Marketing, Vice-Presidente Financeiro e Vice-Presidente Cultural da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; Antônio Carlos Pereira de Souza, Eudes Antidis Missio, Nicolau Jorge Ache Waquil, Daniel Lena Souto e Sérgio Luiz Duarte Zimmermann, Conselheiros Consultivos da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; Néri Carlos Reolon, Ruben Dario Vives e Carlos Fernando Marins, Conselheiros da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Também, foram registradas as presenças dos Senhores Sérgio Gilberto Bottini, Sérgio Diogo da Silva, Paulo Ardani Siqueira Otton e Ana Helena Martinez, respectivamente ex-Presidente, Vice-Presidente Social e Conselheiros da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; Vítor Fernando Bertini, Diretor-Presidente da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN; e Odir Baccarin, Diretor de Obras da Secretaria de Estado das Obras Públicas e Saneamento, representando o Secretário Frederico Cantori Antunes. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador João Antonio Dib que, em nome da Casa, saudou os visitantes e discorreu a respeito da influência exercida pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul para o engrandecimento de Porto Alegre e do Estado, citando como exemplos dessa participação a criação do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem – DAER – e o Plano Diretor da Cidade. Nesse contexto, parabenizou a eleição, realizada no dia dez de junho do corrente, do atual Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, desejando-lhe sucesso e afirmando que a homenagem hoje prestada representa o desejo de toda a população de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Engenheiro Newton Quites, que destacou a importância do registro realizado por este Legislativo, relativo ao transcurso dos setenta e cinco anos da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Na ocasião, o Senhor Newton Quites procedeu à entrega, aos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães, de placas alusivas ao aniversário de fundação da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou ter cedido o espaço do Plenário Otávio Rocha para realização de debate sobre o tema “Ética na Política”, a ocorrer no dia doze de agosto do corrente, organizado pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, tendo como debatedores o Deputado Federal Roberto Jefferson e os Senadores Pedro Simon, Sérgio Zambiasi e Paulo Paim. A seguir, o Senhor Presidente apregoou o Ofício nº 001/05, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, Presidente da Comissão Especial de Políticas Públicas para as Pessoas Portadoras de Deficiências, informando a instalação dos trabalhos dessa Comissão. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Aldacir Oliboni analisou a participação deste Legislativo na definição de programas de acessibilidade, saudando a instalação, nesta Casa, da Comissão Especial de Políticas Públicas para as Pessoas Portadoras de Deficiências. Ainda, afirmou ser do interesse dos integrantes dessa Comissão realizar um trabalho qualificado e responsável, que realmente contribua para garantir melhores condições de vida às pessoas portadoras de necessidades especiais. A Vereadora Neuza Canabarro reportou-se ao pronunciamento anterior, do Vereador Aldacir Oliboni, salientando que a Comissão Especial de Políticas Públicas para as Pessoas Portadoras de Deficiências atuará na busca de alternativas que viabilizem a equiparação de oportunidades, bem como o reconhecimento e a aceitação das diferenças individuais. Também, leu trechos do livro ”A construção do discurso sobre a diversidade”, de autoria do Escritor José Gimeno Sacristán. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela d’Ávila criticou a atuação da Secretaria Municipal da Juventude e registrou a instalação, no dia três de agosto do corrente, do Conselho Nacional da Juventude, destinado a aumentar a participação dos jovens nos programas do Governo Federal. Igualmente, abordou os protestos contra a corrupção, promovidos no dia quatro de agosto do corrente, em Porto Alegre, por entidades representantes da classe estudantil. O Vereador Luiz Braz comparou protesto estudantil ocorrido na Cidade no dia quatro de agosto do corrente com os promovidos por jovens no período em que o Senhor Fernando Collor de Melo esteve à frente do Governo Federal. Ainda, declarou que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não assume as responsabilidades do cargo que ocupa, referindo-se às posições desse político quanto a denúncias de corrupção investigadas por Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso Nacional. A Vereadora Maristela Maffei contestou o pronunciamento hoje formulado pelo Vereador Luiz Braz, em Comunicação de Líder, de crítica ao Governo Federal, defendendo a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República. Finalizando, aludiu ao Projeto de Lei do Executivo nº 009/05, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio de dois mil e seis a dois mil e nove, afirmando que esse processo não foi devidamente discutido com a comunidade. O Vereador Ervino Besson citou reportagem publicada na edição nº 1917 da Revista Veja, intitulada “O diário da crise”, relativa a denúncias de corrupção envolvendo políticos brasileiros. Também, manifestou-se acerca do concurso público promovido pelo Tribunal de Justiça para preencher vagas de Auxiliar de Serviço, afirmando que o número de mais de trinta mil candidatos inscritos nesse concurso, para apenas quatro vagas, retrata a falta de mercado de trabalho enfrentada pela população. O Vereador Sebastião Melo questionou a adequação das políticas econômicas implantadas pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a ideologia defendida por esse político e pelo Partido dos Trabalhadores antes de assumirem o Governo Federal. Ainda, comentou protestos contra a corrupção realizados por estudantes em Porto Alegre no dia quatro de agosto do corrente, analisando as estruturas atualmente utilizadas pelos Partidos Políticos para o financiamento de campanhas eleitorais. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que, por deliberação da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes, foi alterada a ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 198/05 (Processo nº 4453/05 – Período de Comunicações para homenagear o sétimo aniversário da unidade do Vigésimo Batalhão de Polícia Militar do Rio Grande do Sul), de autoria do Vereador Dr. Goulart; de nº 202/05 (Processo nº 4620/05 – Sessão Solene para comemorar o Dia do Corretor de Imóveis), de autoria dos Vereadores Bernardino Vendruscolo e Márcio Bins Ely; de nº 205/05 (Processo nº 4688/05 – Moção de Apoio para que o Fórum Mundial de Turismo de dois mil e seis seja realizado em Porto Alegre), de autoria dos Vereadores João Carlos Nedel, Adeli Sell e José Ismael Heinen. Em continuidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Adeli Sell, o Senhor Presidente prestou informações acerca dos indeferimentos de Requerimentos solicitando votação em destaque para Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 009/05 (Processo nº 3525/05). Na oportunidade, foram apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos nos termos do artigo 120, Inciso VI, do Regimento, com relação ao Projeto de Lei do Executivo nº 009/05 (Processo nº 3525/05): de autoria do Vereador Sebastião Melo, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 212 e 28; de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 146, 147, 150, 151, 202, 207 e 221, tendo o Senhor Presidente deferido o pedido quanto às Emendas nos 207 e 221 e indeferido quanto às Emendas nos 146, 147, 150, 151 e 202; de autoria do Vereador Professor Garcia, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 271, 274, 276 e 278; de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda no 98 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 98; de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda no 99 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 99; de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 077, 161, 162 e 163, tendo o Senhor Presidente deferido o pedido quanto às Emendas nos 161, 162 e 163 e indeferido quanto à Emenda nº 077; de autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 179, 182, 183, 184 e 186, tendo o Senhor Presidente deferido o pedido quanto às Emendas 182, 183, 184 e 186 e indeferido quanto à Emenda nº 179; de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda no 15; de autoria da Vereadora Manuela d'Ávila, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 111 e 119. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 009/05, o qual foi discutido pela Vereadora Maristela Meneghetti, como relatora, e pelos Vereadores Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila, Luiz Braz, Raul Carrion, Professor Garcia, Maristela Maffei, Claudio Sebenelo, Sebastião Melo, Maria Celeste, José Ismael Heinen, Ervino Besson, Adeli Sell, João Carlos Nedel, Carlos Comassetto, Sofia Cavedon, João Antonio Dib e Paulo Odone. Durante a Discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 009/05, a Vereadora Maristela Meneghetti, como relatora, procedeu à leitura do Parecer relativo a esse Projeto. Também, durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 009/05, o Vereador Haroldo de Souza, Margarete Moraes, Aldacir Oliboni e Clênia Maranhão cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell, Maristela Maffei e Paulo Odone, tendo o Vereador Paulo Odone se pronunciado apenas no tempo que lhe foi cedido. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Sérgio Luiz Bittencourt, Presidente do Movimento de Justiça dos Direitos Humanos – MJDH, João Batista Portella Pereira e Beto Moesch, respectivamente Coordenador do Gabinete de Programação Orçamentária – GPO – de Porto Alegre, e Secretário Municipal do Meio Ambiente. Após, os Vereadores Nereu D'Avila, Manuela d'Ávila, Professor Garcia, Sebastião Melo, Aldacir Oliboni e Maristela Maffei manifestaram-se a respeito do debate sobre Ética na Política, a ser realizado nesta Casa, no dia doze de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Também, foi votada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, a qual obteve oito votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Maristela Meneghetti, Mônica Leal e Professor Garcia, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo e Sebastião Melo e optado pela Abstenção o Vereador Bernardino Vendruscolo, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e trinta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, Nereu D'Avila e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): No parágrafo único do art. 141 do nosso Regimento existe previsão legal para o início da Sessão (Lê.): “Inexistindo número legal para o início da sessão, apurar-se-á, dentro de 15 minutos, nova verificação de quórum”. Portanto, há quórum, está aberta a presente Sessão. Solicito, de imediato, que o Sr. Secretário proceda à leitura das proposições encaminhadas à Mesa.

 

(O Sr. Secretário, Ver. Nereu D’Avila, procede à leitura das proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Lidas as proposições encaminhadas à Mesa, hoje, em Comparecimento, nós temos, para honra da Casa, homenagem à Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul pelo transcurso do 75º aniversário por Requerimento formulado pelo eminente Ver. João Antonio Dib. Portanto, saudamos a todos, e, de imediato, comporemos a Mesa, bem como procederemos à leitura da extensão de Mesa. Convidamos a compor a Mesa o Engenheiro Newton Quites, Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Engenheiro Pedro Tedesco Silber, Vice-Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Engenheiro Aloísio Milesi, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Engenheiro Eurico Trindade Andrade Neves, ex-Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; bem como convidamos a integrar a Mesa o Engenheiro Sérgio Kaminski, Presidente em exercício do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, ele que é o 1º Vice-Presidente do referido Conselho; o Professor Dr. José Carlos Ferraz Hennemann, Magnífico Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Como extensão da Mesa: o Engenheiro Luiz Alcides Capoani, Presidente do Instituto de Perícias e Engenharia de Avaliações do Rio Grande do Sul e Conselheiro da Sociedade de Engenharia; o Engenheiro Alexandre Weindorfer, Vice-Presidente do Instituto de Perícias e Engenharia de Avaliações do Rio Grande do Sul e Conselheiro da Sociedade de Engenharia; o Engenheiro Paulo Ronei Reali, Vice-Presidente de Marketing da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Engenheiro Hilário Pires, Vice-Presidente Financeiro e do Acampamento do Engenheiro da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Engenheiro Romano Botin, Vice-Presidente Cultural da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; membros do conselho consultivo - ex-Presidentes da Sociedade de Engenharia -, os Engenheiros: Antonio Carlos Pereira de Souza, Eudes Antidis Missio, Nicolau Jorge Ache Waquil, Daniel Lena Souto - ex-Presidente do Conselho -, Arquiteto Sérgio Zimmermann – ex-Presidente do Conselho -; Conselheiros da SERGS: Engenheiro Néri Carlos Reolon, Engenheiro Ruben Dario Vives; Carlos Fernando Marins, ex-Presidente da Sociedade de Engenharia. Sintam-se todos nominados se porventura algum nome faltou no nosso indicativo.

Oferecemos a palavra ao Ver. João Antonio Dib, que saúda a Sociedade de Engenharia em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós poderíamos, numa simples frase, na condição de Câmara Municipal - a síntese democrática de todo cidadão porto-alegrense -, dizer à Sociedade de Engenharia: obrigado a tudo aquilo que tem feito em prol do engrandecimento da nossa Porto Alegre e do Rio Grande. Mas os trabalhos, as contribuições da Sociedade de Engenharia transcendem Porto Alegre, o Estado e mesmo o País; então, nós precisamos dizer algo mais.

Ao longo desses 75 anos, dois terços dos quais eu tenho sido sócio da Sociedade de Engenharia, muito tem sido realizado. Passaram pela presidência da Sociedade 25 engenheiros e um arquiteto. Dos que passaram, para nossa felicidade, temos dez ainda no nosso meio, 15 nos deixaram com as marcas profundas da sua colaboração na Escola de Engenharia, na Sociedade mesmo, na própria Cidade, nas funções que exerceram. Eu não vou citar esses 16 engenheiros, mas vou centralizar a homenagem da Casa do Povo de Porto Alegre na pessoa de um deles: Prof. Ivo Wolf. O Prof. Ivo Wolf foi uma figura lendária no cálculo tão utilizado pela Engenharia, foi um dos professores que melhor orientou seus alunos e deixou profundamente marcada a sua passagem. E entre aqueles que estão no nosso meio eu preciso falar no Prof. Eurico Trindade Andrade Neves. Alguns de nós aqui fomos seus alunos e aprendemos a respeitar a figura do Professor Eurico, do mestre Eurico, porque por onde ele passou, ele marcou profundamente, pela competência, pela seriedade, pela responsabilidade. Ele foi um amigo dos seus alunos que não perdem a oportunidade de elogiá-lo. Eu sei que ele não gosta muito de ser elogiado, mas eu não posso deixar de fazer uma homenagem a um dos ex-Presidentes que está no nosso meio ainda.

A Sociedade de Engenharia, nesses 75 anos, tem dado contribuições extraordinárias. O engenheiro Todeschini, que era Diretor do DMAE até bem pouco tempo, pediu que eu falasse do carinho com que a Sociedade de Engenharia tratava o DMAE lá no Conselho Deliberativo. E esse carinho, evidentemente, vale para todos os outros Conselhos da Prefeitura, dos quais a sociedade, ao longo do tempo, tem participado. O engenheiro Comassetto também queria dar um abraço especial, mas como o Regimento diz que é só um representante que fala, este engenheiro está falando.

Nós não podemos esquecer que muitas das coisas que funcionam muito bem no Rio Grande do Sul tiveram início em debates profundos realizados na Sociedade de Engenharia. O DAER foi criado praticamente lá na Sociedade de Engenharia; a Cientec, antigo Instituto Tecnológico, foi fruto de trabalho dos engenheiros da Escola de Engenharia - foram todos eles associados lá na Sociedade de Engenharia que deram a sua contribuição.

O Plano Diretor desta Cidade não seria o mesmo se não fosse a Sociedade de Engenharia. E quando eu falo em Plano Diretor, eu penso naqueles que tiveram responsabilidade sobre o Plano Diretor. Não posso esquecer da figura extraordinária do Engenheiro Alcindo Guanabara Porto Alegre. O engenheiro Porto Alegre fazia valer o Plano Diretor, antes mesmo que ele fosse lei; ele tinha uma preocupação com o crescimento e o desenvolvimento desta Cidade, fazendo com que muita coisa fosse respeitada, permitindo que o futuro fosse melhor, que se previsse um futuro melhor.

Portanto, sempre que posso, eu homenageio essa figura que eu considero extraordinária na Sociedade de Engenharia e também na Prefeitura.

Houve outros tantos momentos importantes: quando estudaram a travessia do Guaíba, quando estudaram o trólebus Porto Alegre, quando vários conselhos foram criados - em dezenas de conselhos a Sociedade participa e dá uma colaboração que é imprescindível e competente. Outra atividade, e essa eu vivi intensamente, foi o transporte público em Porto Alegre. Não fora o auxílio, o carinho e a dedicação da Sociedade de Engenharia nós não teríamos feito o primeiro Plano Diretor de Transportes nesta Cidade. A dedicação foi extrema e tornou possível o Plano. Os recursos eram poucos, e era um momento em que literatura sobre transporte público era difícil, quase não se encontrava, mas a Sociedade de Engenharia deu a sua contribuição, muito grande, e nós tivemos um primeiro Plano de Transportes. Agora deve surgir um novo plano, fazendo melhor, dando condições melhores, fazendo o acompanhamento da evolução que aconteceu ao longo de tantos anos.

No dia 10 de junho foi eleito, assumindo posteriormente, o atual Presidente. O nosso Newton Quites já presidia a Sociedade de Engenharia. Cabe a esta Casa, neste momento, Presidente Newton Quites, desejar-lhe e a sua Diretoria, um bom trabalho. O trabalho é a forma de construir a sociedade, e um futuro cada vez melhor. Esta Casa deseja que essa Diretoria consiga acompanhar a tradição de trabalho, de doação, de competência e de seriedade com que são cuidados os problemas não só da nossa Cidade, mas do nosso Estado.

Fica aqui a homenagem do povo de Porto Alegre a essa classe, que é, sem dúvida nenhuma, uma das mais importantes, porque tudo começa numa obra; nós vamos fazendo uma obra, ela vai crescendo, a cidade vai crescendo, e o engenheiro, o urbanista, o arquiteto têm de estar acompanhando. Nós desejamos ao engenheiro Newton Quites, sucesso, pleno sucesso nessa sua nova caminhada, presidindo a Sociedade de Engenharia. Saúde e PAZ! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós registramos a presença do Conselheiro da SERGS, Engenheiro Paulo Ardani Siqueira Otton; do Presidente da Corsan e Conselheiro da SERGS, Engenheiro Vítor Fernando Bertini; da Conselheira da SERGS Engenheira Ana Helena Martinez; do ex-Presidente da SERGS, Engenheiro Sérgio Gilberto Bottini; e também do Vice-Presidente Social da SERGS, Engenheiro Sérgio Diogo da Silva.

Queremos agradecer ao Ver. João Antonio Dib por ter falado em nome da Casa.

Agora, oferecemos a palavra ao ilustre Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, Engenheiro Newton Quites.

 

O SR. NEWTON QUITES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com imensa satisfação e grande orgulho que estamos aqui hoje para receber esta homenagem que, por iniciativa do Ver. João Antonio Dib, é prestada à Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, ao transcurso dos seus 75 anos, pela Câmara Municipal de Porto Alegre.

Sentimos satisfação pelo fato de sabermos que a idéia de ser desta homenagem brotou espontaneamente do coração desse grande engenheiro que é o Ver. João Dib. Com extensa folha de serviços prestados à comunidade porto-alegrense, tendo dirigido quase todos os órgãos técnicos do Município, exercido o cargo de Secretário Municipal de diferentes Secretarias, cumprido sucessivos mandatos como Vereador e tendo culminado sua função pública, eminentemente municipal, como Prefeito desta leal e valorosa cidade de Porto Alegre, o engenheiro João Dib fez não só engenharia técnica, como, também, reconhecida engenharia política.

E, se partiu dele a idéia desta homenagem, é porque ele se orgulha, certamente, de pertencer à Sociedade de Engenharia, assim como a Sociedade de Engenharia orgulha-se de tê-lo como associado. O engenheiro João Dib é um expoente da nossa profissão. Agradecemos, do fundo do coração, ao grande companheiro por essa sua iniciativa.

Nós queremos agradecer também a todos os demais Vereadores de Porto Alegre que acolheram a proposição do Ver. João Dib, e que, assim, se associam a esta homenagem. A Sociedade de Engenharia, muito embora tenha tido, nesses 75 anos, ações desenvolvidas no plano estadual, bem como ainda no plano nacional, desenvolveu sempre, na verdade, uma ação mais efetiva no plano municipal, e por isso tem estado, ao longo do tempo, constantemente sintonizada com esta Casa, à qual tem procurado dar sua contribuição, dentro da sua área de competência, para o trato das questões de máximo interesse da nossa Capital. Dizemos isso com a tranqüilidade de quem sabe o quanto a sociedade porto-alegrense e também a sociedade rio-grandense, como um todo, têm sido reconhecidas ao longo desses 75 anos que lhes tem prestado à Sociedade de Engenharia.

A Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul foi fundada em 10 de junho de 1930. Durante esses três quartos de século, nossa entidade tem estado presente no acompanhamento das mais diversas questões de interesse da comunidade rio-grandense que digam respeito à Engenharia.

Já foi nominado pelo nosso proponente, mas sempre cabe ressaltar que em nossa entidade houve a criação do nosso DAER, cuja concepção foi posteriormente usada como exemplo por outros Estados brasileiros e pela própria União, e do Instituto Tecnológico do Rio Grande do Sul, hoje Fundação de Ciências e Tecnologia, a nossa Cientec, até a nossa participação, presentemente, em 12 conselhos, em 11 comissões, dez câmaras, oito fóruns, dois comitês e dois grupos de trabalho em diferentes órgãos, tanto da Administração Estadual quanto da Municipal, bem como em outras entidades públicas e privadas, num total de 45 representações, que envolvem 55 representantes, entre titulares e suplentes, muitos dos quais com mais de uma representação. A SERGS tem exercido influência marcante em tomadas de decisões importantes para a nossa Cidade, nosso Estado e mesmo para o nosso País.

Também a Sociedade de Engenharia, sempre de forma técnica e responsável, participou ativamente, entre outras ações, na definição de localização, do modelo e da técnica construtiva da Travessia do Guaíba, na solução do problema da poluição provocada, no passado, pela Riocell; nas tratativas que vieram a resultar na implantação do Pólo Petroquímico no Rio Grande do Sul; na formatação do traçado provisório da terceira pista da Freeway Porto Alegre/Osório; nas deliberações atinentes ao Plano Diretor de Porto Alegre; nas definições sobre coletas e destinação do lixo urbano de Porto Alegre; bem como outros assuntos pertinentes à categoria profissional.

Atualmente, a SERGS tem sido fórum de discussão de um importante tema, que é a definição do projeto a ser adotado como alternativa ao tráfego da BR-116, entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, e, mais precisamente, no entorno de Canoas. Polão ou Anel Rodoviário? Eis a questão. Haveremos de encontrar, em conjunto com todas as entidades públicas e privadas interessadas, a melhor solução para esse grande problema.

E a seguir, já a partir de 22 de setembro, com o seminário que abordará o tema Perspectivas do Aproveitamento do Gás Natural, Desafios e Oportunidades, que será desenvolvido em nosso auditório e para o qual todos os senhores e senhoras aqui presentes já estão convidados, passaremos a discutir esse assunto, bem como outros, como: ampliação do nosso sistema metroviário; alongamento da pista do nosso Aeroporto Internacional Salgado Filho; a revitalização do Centro de Porto Alegre, a reconfiguração do nosso Porto e tantas outras questões que já estão postas ou que virão a se apresentar.

Assim é que, sem falsa modéstia, atrevemo-nos a dizer que estamos a merecer esta homenagem. Não nós, pessoalmente, que estamos transitoriamente a dirigir a Sociedade de Engenharia, mas ela própria, por tudo que tem representado, não como uma simples sociedade recreativa, como tantas outras, mas como uma instituição voltada permanentemente ao cuidado, dentro do campo da Engenharia, das mais importantes questões do interesse da nossa sociedade, do nosso Estado e do nosso País.

Estamos todos de parabéns: dirigentes, associados, funcionários, patrocinadores, colaboradores, parceiros e amigos da Sociedade de Engenharia.

Queremos dividir esta homenagem também com todos os profissionais da área tecnológica, associados ou não, da nossa entidade.

Por último, queremos dividir esta homenagem com aqueles que nos antecederam, muitos dos quais já não estão entre nós, e que fizeram, todos, a grandeza da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul.

Muito obrigado, Vereador João Antonio Dib!

Muito obrigado, Câmara Municipal de Porto Alegre!

Muito obrigado, sociedade porto-alegrense!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registramos a presença do Arquiteto Odir Baccarin, Diretor de Obras da Secretaria de Obras e Saneamento do Estado do Rio Grande do Sul, neste ato representando o Secretário Frederico Antunes.

O Presidente da Sociedade de Engenharia, Sr. Newton Quites, quer entregar uma placa ao eminente Ver. João Antonio Dib, proponente desta homenagem, bem como à Presidência da Casa.

 

(Procede-se à entrega da Placa.) (Palmas.)

 

Este Vereador recebe a Placa pela Presidência da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul.

 

(Procede-se à entrega da Placa.) (Palmas.)

 

Nós, rapidamente, lemos aqui os dizeres da Placa (Lê.): “A Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, SERGS, agradece a participação e o incentivo da Câmara Municipal de Porto Alegre, através de seu Presidente, Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, na comemoração dos seus 75 anos”. Assina o Engenheiro Newton Quites, que é o Presidente, de igual teor na placa do eminente Ver. João Antonio Dib.

A Casa já manifestou, pelo requerente Ver. João Antonio Dib, a sua honra e satisfação de termos tido esta oportunidade de poder aqui homenagear a Sociedade de Engenharia do nosso Estado, que, inquestionavelmente, ao longo de quase um século, representou e representa uma verdadeira reitoria na elaboração urbana, arquitetônica, etc. na cidade de Porto Alegre.

Portanto, nós queremos saudar aqui a todos os presentes, presidentes, ex-presidentes, na figura de seu Presidente atual, Dr. Newton Quites, os demais integrantes da Mesa, em especial o Magnífico Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dizendo que a Casa sente-se muito honrada por ter tido esta oportunidade, agradecendo, nesse sentido, o Ver. João Antonio Dib.

Então, agradecendo as autoridades aqui presentes, nós suspendemos os trabalhos, por dois minutos, para os cumprimentos aos engenheiros, quando a Sociedade de Engenharia, com muita galhardia, comemora o seu 75º aniversário, obrigado.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h47min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, dando curso àquilo que foi presidido por V. Exª, hoje, próximo ao meio-dia, com todas as Lideranças do Partido, eu faço o seguinte Requerimento: que seja preservado o Grande Expediente e a fala das Lideranças e que, preservados esses dois expedientes, logo em seguida, entre-se na Ordem do Dia, sendo que vamos votar três Requerimentos sem encaminhamento, e, logo em seguida, o PPA, Plano Plurianual, PLE nº 009/05. Este é o Requerimento; creio que acordado por todos nós; portanto, estamos aqui ratificando aquilo que já havíamos encaminhado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Nós, portanto, antes de ingressarmos no Grande Expediente, conforme deliberação há pouco tomada.

Comunicamos à Casa que, atendendo ao Requerimento do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, cedemos o Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre para, no próximo dia 12 do corrente, às 19 horas, promover o debate “Ética na Política”, tendo como debatedores o Deputado Federal Roberto Jefferson, os Senadores pelo Estado do Rio Grande do Sul: Pedro Simon, Sérgio Zambiasi e Paulo Paim. Portanto, é uma comunicação que faço ao Plenário.

Instalamos a Comissão Especial de Políticas Públicas para as Pessoas Portadoras de Deficiências. A referida Comissão é constituída pelo Ver. Aldacir Oliboni, que é o Presidente; pela Verª Manuela d’Ávila, Vice-Presidenta; pela Verª Neuza Canabarro, Relatora. Demais integrantes: Ver. Alceu Brasinha; Verª Clênia Maranhão; Ver. Dr. Goulart; Ver. João Antonio Dib; Ver. José Ismael Heinen; Verª Maristela Meneghetti; Ver. Sebastião Melo; Verª Sofia Cavedon, Ver. Márcio Bins Ely e Ver. Valdir Caetano. Portanto, fica instalada a presente Comissão.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero, inicialmente, saudar os membros da nossa futura Comissão, Verª Manuela, nossa Vice-Presidenta; Verª Neuza Canabarro, Relatora e os demais membros da Comissão, Ver. Alceu Brasinha; Verª Clênia Maranhão; Ver. Márcio Bins Ely; Ver. João Antonio Dib; Ver. José Ismael Heinen; Verª Maristela Meneghetti, Ver. Sebastião Melo, Verª Sofia Cavedon e Ver. Valdir Caetano. No início deste ano, precisamente no dia 26 de janeiro, nós entramos com um processo, através de um Requerimento, para constituir uma Comissão Especial para discutir políticas voltadas às PPDs - Políticas Públicas para as Pessoas Portadoras de Deficiências -, que hoje, de uma forma geral, todo mundo chama de políticas de acessibilidade. Percebemos, no início da Legislatura, a partir de 15 de fevereiro, março, que o Governo Municipal sinalizou com a criação da Secretaria de Acessibilidade, que, tenho certeza, esta Comissão, no final do seu relatório, poderia até dar como indicativo a importância da constituição de uma comissão para viabilizar, indicar, em nível de Governo, a criação da Secretaria.

Hoje, temos a constituição dessa Secretaria, que tem como Secretário o nobre cidadão Tarcísio, que, na quinta-feira passada, esteve aqui presente, mas não foi possível instalar a Comissão, e hoje fazemos questão de fazer referência a isso. Esta Comissão durará três meses. Nós, Vereadores, teremos uma possibilidade concreta de fazer uma ampla discussão interna, não só para contribuir com políticas de acessibilidade, mas também poder contemplar, dentro da Comissão, políticas em nível municipal, estadual e em nível federal, porque percebemos, Vereadora-Relatora Neuza Canabarro, nobre Vice-Presidente Manuela, e demais Vereadores, que, quando surgiu a idéia de lançar esta Comissão, foi mais para reunir os diversos segmentos para discutir a possibilidade de incluir propostas que surgirão no novo estatuto dos portadores de deficiências, os portadores de necessidades especiais.

Foram feitos inúmeros debates regionais, estaduais, com a nobre Deputada Federal Maria do Rosário, a convite deste Vereador. Nós percebemos de extrema importância estender aos demais Vereadores em Porto Alegre, para poder, então, contemplarmos com as inúmeras propostas que há nesta Casa, de inúmeros colegas Vereadores - podem perceber que são diversos projetos nessa área; nós queremos, inclusive, após a implementação desta Comissão, também dar possibilidade para que esses Vereadores tenham acesso à Comissão para defender suas propostas, e que, no final, o relatório possa contemplar todas as iniciativas do Legislativo para encaminharmos à nova Secretaria, recentemente instituída, a Secretaria de Acessibilidade, para que o Governo Municipal possa dar uma atenção especial às políticas de PPDs em Porto Alegre.

Nesse sentido, agradeço não só pela sensibilidade dos Vereadores, que por unanimidade votaram a favor desta Comissão, e também digo que a nossa Comissão terá um trabalho árduo nesses três meses, com seis reuniões, em que traremos representantes dos diversos segmentos, entidades públicas e privadas que trabalham na área, para podermos agregar propostas a serem contempladas logo adiante.

Nesse sentido, nobre Relatora, estamos aqui sensíveis à possibilidade de ampliarmos, não só porque este tema se discute em nível nacional, com o Estatuto dos Portadores, mas vejam os senhores e as senhoras como é importante. A própria televisão, através da novela, insere um programa novo - “É Preciso Saber Viver” -, com a atuação do grande ator Marcos Frota no papel de Jatobá, que fala muito do seu dia-a-dia, da realidade dos portadores de deficiência e dos inúmeros avanços que temos de fazer em relação à cidade grande, principalmente na capital.

 

A Srª Clênia Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, eu peço um aparte a V. Exª apenas para reafirmar as suas palavras sobre a necessidade de este Parlamento discutir com mais profundidade a questão das pessoas portadoras de deficiência. Quero dizer que de minha parte, como integrante da Comissão, farei todo o esforço para garantir o debate plural, técnico, profissional sobre este tema. Então, muito sucesso à nossa Comissão.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Obrigado, Verª Clênia Maranhão, que é integrante da Comissão e aqui no Plenário fala em nome do Governo. Vejam os senhores e as senhoras que há um consenso para nós ampliarmos uma discussão para contribuir com a nova Secretaria e, por que não com o Estado, com o País e com o novo Estatuto dos Portadores de Deficiência. Agradecemos, nobre Presidente, e nos sentimos contemplados para iniciarmos um trabalho que, sem dúvida nenhuma, vai ser de suma importância para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Vereadores e Vereadoras, para nós é muito importante a instalação da Comissão Especial de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiências, uma vez que já conseguimos aprovar nesta Casa, por unanimidade, o projeto de cadastramento dos portadores de necessidades especiais. Então são assuntos aos quais estamos profundamente ligados. E, como disse o Ver. Aldacir Oliboni, nesses 90 dias, vamos fazer um profundo debate.

Eu iniciaria por uma reflexão. (Lê.) “José Gimeno Sacristam, na obra intitulada ‘A construção do discurso sobre a diversidade’, afirma: ’...Possuímos traços comuns com os demais, por dispormos de alguma condição que nos torne semelhantes a eles ou por desejarmos certos ideais compartilhados’. Refletindo sobre essa afirmativa, destacamos, a princípio (sic), o que já é claro para a maioria das pessoas: temos diferenças, mas ao mesmo tempo possuímos algumas semelhanças com outras pessoas que apresentam a mesma característica. E é nesta dialética entre a singularidade (indivíduo) versus pluralidade (grupo) que se constrói a vida em sociedade. Ou seja, para viver em sociedade necessitamos que nossas características individuais sejam expressas e reconhecidas, assim como precisamos negociá-las e compartilhá-las naquilo que é comum ao social. Corroborando essa idéia, o MEC preconiza a garantia de que todas as pessoas possam ter acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, pela aceitação das diferenças individuais e pela equiparação de oportunidades. Conscientes do nosso compromisso com a sociedade porto-alegrense e na tentativa de pôr em prática o que a moderna pedagogia e os documentos legais apontam, encaminhamos, em janeiro passado, um Projeto de Lei, aprovado em 30 de junho, por unanimidade neste Plenário, propondo a ‘Instituição do Cadastramento Permanente de Pessoas com Necessidades Especiais - Capene’. Essa Lei tem fins educacionais, objetivando dar plena eficácia no âmbito do Sistema Municipal de Ensino ao disposto na Carta Constitucional. Considerando que: - a Constituição Federal, nos seus artigos 7, 23, 24, 37, 208, 227 e 244 prevê uma série de direitos relacionados com a promoção da inserção social e da assistência às pessoas portadoras de deficiências; Porto Alegre mantém um Gabinete de Acessibilidade com o objetivo de viabilizar as políticas públicas do Executivo; existe uma estimativa de 20% da população com necessidades especiais no Município; não existe um cadastro que possibilite um diagnóstico dos atendidos e sem atendimento. Entendemos, portanto, que é da maior importância a constituição de uma Comissão Especial que, no pleno exercício das prerrogativas dos Vereadores, irá viabilizar o que ora está proposto em Lei. Dessa forma, assumimos o compromisso de dedicar o melhor de nossa capacidade e bagagem de experiências acumuladas nos últimos 30 anos, para que os objetivos da Comissão Especial, que hoje se instala, sejam amplamente alcançados e possam reverter em prol da comunidade com políticas públicas que sejam operacionalizadas com base na realidade do Município de Porto Alegre”.

Este é o nosso compromisso como Relatora. E agradeço a confiança dos Vereadores que compõem a Comissão Especial. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos cumprimentar os integrantes da presente Comissão, desejando pleno êxito, Ver. Aldacir Oliboni, nessa tarefa tão importante, objeto da presente Comissão.

A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ocupo esta tribuna, hoje, no Tempo de Liderança do meu Partido, o PCdoB, porque, desde o dia 04, da semana passada, eu planejava fazer esta fala, Verª Neuza Canabarro, no período de Comunicações. Ocorre que por várias vezes invertemos a Pauta, invertemos a ordem dos trabalhos e acabamos ficando sem os espaços tradicionais ou convencionais de que dispomos para fazer falas políticas sobre fatos que acontecem no dia-a-dia da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País.

Eu gostaria de falar sobre dois assuntos, fundamentalmente. O primeiro deles é que, no dia 03 de agosto, na quarta-feira da semana passada, em Brasília, no mesmo momento em que acontecia o depoimento do Dep. José Dirceu, estava sendo instalado, naquela cidade, o Conselho Nacional de Juventude, um dos espaços mais importantes e de maior representatividade em que nós, jovens deste País, vamos ter para pautar as ações políticas, refletir sobre os programas do Governo Federal e participar, efetivamente, no sentido de incrementar esses programas; um Conselho que conta com 40 representantes da sociedade civil e 20 representantes do Poder Público, dos Ministérios. E aí nós poderemos ter claro o que quer dizer, qual é o sentido que damos para uma Secretaria de Juventude, como criamos, em Brasília, a Secretaria Nacional de Juventude, e como a que criamos aqui em Porto Alegre. Por que eu digo isso? Porque ali nós temos um espaço real de participação da juventude brasileira. Ali estão presentes a UNE, a UBES, mas estão presentes a Ação Educativa, a Associação Nacional dos Pós-Graduandos, assim como os grupos que tratam da questão de GLBT, as jovens mulheres feministas; ali estão presentes as principais entidades representativas, ou do movimento juvenil, ou que trabalham com a questão da juventude. E aqui em Porto Alegre, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, vemos exatamente o inverso desse fato acontecendo. Enquanto criamos uma Secretaria de Juventude, aprovada por consenso no Plenário desta Casa, vemos o Governo Municipal e o Secretário Municipal de Juventude barrar as ações que vêm no sentido de incentivar a participação da juventude na reflexão, na formulação, na crítica acerca dos programas que essa Secretaria possa vir a desenvolver.

Nós tivemos barrada - e aqui não precisamos ter meias palavras -, por ação direta do Secretário de Juventude, a Comissão Especial de Políticas Públicas da Juventude, porque não queriam ver a juventude de Porto Alegre participar dos espaços que construíssem políticas de verdade para essa juventude. Estamos no mês oito, oito meses se passaram desde que o Prefeito Fogaça vetou o Conselho de Juventude proposto pelo Ver. Professor Garcia.

Eu nunca achei, nunca disse que aquele Conselho era o melhor Conselho. Aliás, fiz duras críticas à proposta aprovada por esta Câmara com relação ao Conselho Municipal de Juventude, mas já se passaram oito meses, e não houve nenhuma ação por parte do Secretário Municipal, no sentido de criar o Conselho, como se comprometeu aqui, nesta Casa, no dia 20 de janeiro deste ano. Vamos para exatos oito meses desde então, e nada foi feito.

Eu acho que, mais uma vez, o nosso Governo Federal deu exemplos corretos de como se trabalha a questão de juventude, montando, num momento complexo como este, difícil como este, da vida política nacional, um espaço de ampla participação política.

Eu não poderia encerrar, Ver. Melo, sem fazer referência à jornada de lutas da União Nacional de Estudantes e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas que aconteceu na nossa Capital, no dia 4, quinta-feira da semana passada, quando os estudantes de Porto Alegre - mesmo ameaçados pela divisão dos “tucanos de bico vermelho”, do PSTU e do PSOL -, saíram às ruas. Com uma manifestação do PSDB, não se calaram e disseram que estão com o Presidente Lula na luta contra a corrupção, que acreditam, sim, que nós temos que combater a corrupção. Pintaram os seus rostos de verde e amarelo de novo, como noticiaram todos os jornais deste País, mas deixaram muito claro que nós, estudantes desta Cidade, nós, estudantes porto-alegrenses, secundaristas e universitários, queremos muito mais do que o fim da corrupção. Queremos que a corrupção seja exterminada da vida política deste País, mas queremos que, no lugar dela, venha um projeto de Brasil de verdade, um projeto de Brasil que consiga, a partir da educação, a partir de uma outra economia, reconstruir este País, construir um projeto de verdadeiro desenvolvimento nacional.

Muito obrigada, Sr. Presidente, com a certeza de que os jovens desta Cidade, os mesmos que saíram às ruas no dia 4, vão exigir que este Município crie espaços para a participação dessa juventude que estava na rua exigindo as conquistas de verdade para ela e para o povo da nossa Cidade e do nosso País. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu sempre tive muito receio desses grupos que aparecem como se fossem os salvadores da pátria, como se fossem os proprietários únicos da moral existente dentro das sociedades. O PT sempre agiu assim e os Partidos de esquerda sempre agiram dessa forma, e quando vamos mexer e ver, quando levantamos realmente o manto que está encobrindo aquilo que existe de real, vemos que existe muita podridão dentro dessas instituições. E, por isso mesmo, quando eu ouço aqui um discurso como esse que foi feito, de que os caras-pintadas vão sair às ruas, eu começo a pensar, Ver. Sebastião Melo, se realmente aqueles estudantes que pintaram a cara e que saíram às ruas para lutar e depor, naquela época, o então Presidente Collor, se aquele ato fosse realmente um ato de consciência por parte da juventude e não fosse um ato de manipulação, eu pergunto aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras se, a essa altura dos acontecimentos, com essa quantidade de fatos já praticamente averiguados, se esses caras-pintadas já não deveriam estar na rua há muito tempo exigindo até mesmo o impeachment? Porque, afinal de contas, agora parece que a lama chegou definitivamente lá no Planalto. Enquanto isso, fica o Presidente da República fazendo viagens que, na verdade, mais se assemelham a uma campanha política patrocinada com dinheiro público, indo a todos os palanques possíveis para dizer que ele é o homem mais honesto do mundo, que não existe ninguém igual a ele, que ele é quem deve julgar todos os outros. Ora! Mas meu Deus do céu, é uma demagogia! O que para essa altura dos acontecimentos, Ver. Sebastião Melo, é algo triste e lamentável, porque, afinal de contas, acho que o Presidente da República deveria tentar equacionar esses problemas que existem em seu Governo, fazer com que a nossa Nação pudesse retomar o seu ritmo normal e que nós pudéssemos, realmente, poder dizer: “Olhem, vamos punir quem tem de ser punido, mas vamos embora, depois, para frente, para que realmente possamos ter uma economia fortalecida; temos de ter os problemas da sociedade resolvidos”. Mas não! O que acontece é que o Presidente da República, para tentar encobrir o que está acontecendo, vai para os palanques apenas para fazer uma demagogia, o que é realmente triste a essa altura dos acontecimentos. Para quem quiser afirmar que o Presidente da República queria averiguar toda a corrupção existente no País, vou continuar afirmando, aqui desta tribuna, que essa é uma grande mentira, porque toda a Bancada do PT no Congresso Nacional foi contra a CPI dos Correios, toda a Bancada do PT, mais outros Partidos de esquerda e mais o Presidente Lula, que fazia todas as manobras para que a CPI não saísse. Olhem o caso, por exemplo, da CPI dos Bingos, envolvendo o Waldomiro Diniz, que era o assessor direto do Sr. José Dirceu - agora chafurdado num mar de lama. Mas o que aconteceu com aquela CPI dos Bingos? Foram até o Supremo Tribunal Federal e lá, com o aval também de algumas pessoas que deveriam estar sendo averiguadas - lá no Supremo! -, colocou-se um pano por cima de tudo, tapou-se tudo, não é? Não se investiga nada! E aí houve a necessidade de que a oposição fizesse toda a pressão que foi feita para que nós pudéssemos chegar até este momento da nossa história aqui na nossa República, onde eu acho que os Deputados e Senadores devem estar com uma dificuldade muito grande para poder finalizar todas as CPIs abertas no Congresso Nacional.

Como é que vão cassar tanta gente? Olha, é mais de uma dezena de pessoas do PT. Como é que vão cassar? Será que vai haver tempo? Porque há tempo determinado para essas CPIs continuarem abertas.

Então a estratégia é não fazer nada rápido, ir prorrogando as coisas para estourar o tempo e, de repente, isso tudo será discutido no terreno do Judiciário, isso tudo sai do Congresso Nacional, e a população acaba até esquecendo esses fatos com o passar dos tempos.

Mas nós, Ver. Sebastião Melo, devemos fazer todo o possível para lembrarmos sempre que, num determinado dia, houve um Partido político que se dizia dono da moral e se dizia que ele realmente podia ajudar todos os outros, e quando foram averiguar a fundo o que acontecia com esse Partido, viram que, muito ao contrário, aquilo que ele anunciava quanto a ser o dono da moral, parece que praticamente todo o Partido estava banhado num mar de imoralidade. É triste, mas é exatamente isso que está acontecendo, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, existe um esforço muito grande de uma parcela em tentar - e eu até admito que o Ver. Braz esteja aqui inclusive a serviço disso, neste momento histórico do Brasil - fazer a revolução burguesa. Mas o seu “reizinho”, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que ainda vive na Idade Média, e portanto, no absolutismo - nas primeiras aulas de Direito a gente estuda isso, não é, Vereador, que já é catedrático em Direito -, o “Príncipe das Trevas” não quer sair do Poder de jeito nenhum! Deve ser - olhando com um olhar dialético - contraditório, uma coisa muito triste, mesmo para a burguesia! Nós aqui não estamos tirando daqui o que houve, historicamente, quanto à corrupção. Eu sei, na minha intimidade, que para essas pessoas, Ver. Sebastião Melo, todos nós aqui - e eu não ouvi nenhum discurso diferente - queremos a punição. Eu fico imaginando o quanto a burguesia, na sua revolução, como na época da Revolução Francesa, poderia ter avançado neste País se tivesse acontecido uma CPI, por exemplo, da corrupção, que foi comprada por dez vezes mais que essa vergonha que nós vivemos hoje no País, pelo “Príncipe das Trevas”. Teria evoluído muito! Mas, infelizmente, alguns servis aqui, mesmo os que queriam a revolução da burguesia brasileira, não conseguiram. E nós ainda estamos passando, até porque tantos anos na ditadura militar, tantos anos sem o exercício de fato, inclusive dentro da própria instituição, que não se supere esses vícios da individualidade em prol do coletivo, a gente tem que viver isso.

Eu quero, rapidamente, falar também sobre o processo da elaboração do Plano Plurianual. Nós estamos aqui, em Porto Alegre, senhoras e senhores, no maior afogadilho da história. Por quê? Porque nós temos que votar o Plano Plurianual até quinta-feira para poder, na segunda-feira, entregá-lo ao Executivo.

Nós queremos aqui, de público, cumprimentar o trabalho da Relatora, Verª Maristela Meneghetti, independente se concordamos ou não. Foi um esforço conjunto da sua assessoria; houve duas Mensagens Retificativas vindas do Executivo, mas não pôde exercer absolutamente nada da sua individualidade no recesso, apesar de que nesta Casa, é bem verdade, os Vereadores trabalham durante todo o recesso, porque é o momento em que nós podemos ir às bases e conversar mais de perto com o público que nos elege para estarmos aqui representando esta Cidade. Nós estamos vivendo este momento muito sério. Por quê? Porque não foi discutido com as comunidades, tudo foi no afogadilho. Nós mesmos, enquanto Frente Parlamentar, estivemos na sexta-feira discutindo com mais de 30 entidades, nesta Casa, com Conselhos de Direitos, com o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, do qual o Ver. Sebastião Melo também é o Relator, e nós queremos garantir a participação ao menos dessas entidades, para poder fazer valer isso.

Já temos notícias de que o próprio Executivo vai fazer Destaque; é um direito do Executivo. Mas sei o quanto é difícil nós mobilizarmos as comunidades, provavelmente será o pior Plano Plurianual que nós já vivenciamos, porque, no mínimo, não passou pelo crivo da sociedade como deveria ser feito.

Portanto, nós, aqui, também não saímos ainda da Idade Média, porque ao menos no Estado Liberal, que não é a minha ideologia, Ver. Luiz Braz, é a sua, existe mais a participação popular.

Então, nós queremos, de pronto, dizer que nós estamos muito atentos aos fatos que estão acontecendo. Nós temos, de fato, um problema nacional, mas não vamos deixar de administrar Porto Alegre, bem como o Presidente Lula - e faz muito bem! - continuará administrando, porque esse é o seu papel, e visitando as comunidades, o povo que o elegeu; e, de direito, vai ficar fazendo a CPI quem está cuidando da CPI - é esse o seu papel, se o senhor não sabe, Vereador. Tenho certeza de que foi um pouquinho por malícia política. Então, é bom falar para os eleitores que há um pouco isto: a maldade política no meio do caminho. Mas isso faz parte da democracia e da vida, e nós estamos aí para dialogar e enfrentar com serenidade todas essas questões. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Que tristeza, minha gente, que tristeza o nosso País está vivendo! Em todos os jornais deste nosso País, nas revistas, a cada dia que passa as notícias são mais estarrecedoras! Recebi, hoje - acho que todos os Srs. Vereadores receberam -, a última edição da revista Veja. (Lê.) “Os cem fatos e as mentiras mais absurdas ditas para esconder a corrupção.” “Lula sem ação diante do escândalo que devorou o seu Partido e paralisou o seu Governo. Lula está em uma situação que já lembra a agonia da era Collor”.

Meus caros colegas Vereadores, nós, como representantes do povo, recebemos democraticamente o voto popular e estamos, aqui, hoje, de uma forma triste, de uma forma lamentável, acompanhando a situação do nosso País.

Amanhã será outro dia! Estou vendo as galerias com bastante gente nesta Casa no dia de hoje. Amanhã será outro dia! Quais as próximas notícias? Como é que fica o nosso povo nessa situação toda? Eu gostaria que alguém entregasse ao nosso Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva - que espero, não sei, talvez não seja tão culpado por esse escândalo que está acontecendo neste País -, a matéria que saiu em todos os jornais, no sábado, sobre o concurso que houve no domingo. Concurso esse, meus caros colegas Vereadores e as pessoas que nos assistem pelo Canal 16, que atraiu 33 mil e 700 candidatos para quatro vagas; 8 mil e 427 pessoas por cada vaga, para um salário de 994 reais! Esse é o retrato do nosso País! Está aqui o retrato do nosso País. Então, alguém tem que chegar e entregar isso para o nosso Presidente e para esse bando de corruptores, para que eles tenham consciência e coloquem a mão no seu peito e no seu coração. Quantas pessoas poderiam ser aliviadas de sofrimento? Mais de 33 mil candidatos no concurso público, com quatro vagas; esse é o retrato do nosso País! Esse é o retrato do sofrimento do nosso povo. Será que esses milhões que essas pessoas roubaram, desviaram, não teriam condições de aliviar o sofrimento dessas pessoas, dando mais emprego, enfim, tantas coisas que podiam ser feitas? Está aqui, repito pela terceira vez. (Mostra jornal.) Está aqui o retrato do nosso País: 8 mil e quase 500 candidatos por uma vaga a 994 reais!

Meu caro Presidente, é triste, é muito triste, e alguém um dia vai ter de responder por essa tragédia que o nosso País está vivendo no dia de hoje. Porque, sinceramente, meus caros colegas Vereadores, meu caro Presidente, sem dúvida nenhuma, é, sim, um verdadeiro desrespeito, uma verdadeira tragédia o que o nosso povo está vivendo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; minhas colegas Vereadoras e meus colegas Vereadores, eu acho que sim, Verª Manuela, os estudantes estão com a cara pintada, mas de vergonha, porque a nossa juventude guerreira, da luta brasileira que eu sempre vi nas ruas, nas esquinas democráticas, sempre foi, meu querido Presidente, para construir um País solidário, que distribua renda. Quero dizer, Verª Maristela, com uma convicção muito profunda: o Governo de V. Exª não caiu sabe por quê? Porque os senhores estão atendendo aos interesses das elites mais do que elas pediram. Os banqueiros pediram 3,5% de superávit primeiro; o Governo de V. Exª ofereceu 4,5% e ainda paga antecipado o Consenso de Washington. Nesta Casa, Ver. Ibsen, que teve extraordinários debates nacionais em tempos passados, há um silêncio sepulcral da Bancada do PT sobre essas matérias. E aí vem discutir PPA, boca-de-lobo; tudo isso é importante, mas eu quero dizer que houve uma mudança, Ver. Braz, radical. Verª Maristela, eu respeito V. Exª, como respeito a sua Bancada, mas, por favor! Este é um Governo que se acolherou com a direita, Ver. Brasinha, e tanto se acolherou com a direita que as Políticas Públicas, neste Governo, são piores do que foram com Fernando Henrique. Aliás, o Fernando Henrique foi tão competente que se elegeu, se reelegeu e ainda conseguiu indicar o sucessor dele! E V. Exª é ingrata quando diz aqui que o FHC é um troglodita. Mas, qual é a diferença?

Agora, eu quero aqui também dizer, Verª Neuza, não é muita novidade para nós esta questão aí envolvendo dinheiro, financiamento de campanha. Eu quero dizer que discuti muito, nesta tribuna, a Prestação de Contas do Sr. Tarso Genro, quando foi candidato a Prefeito, em 2000, que foi rejeitada pelo Juiz Temperani Pereira e que depois foi acolhida no Tribunal, pois lá constam 150 mil da Empresa Cores, que era uma prestadora de serviços, aqui do Município, à qual, Srs. Vereadores, pagava 39,42 reais por tonelada de lixo recolhido em contratos emergenciais; depois, nós viemos a esta tribuna, muitas vezes, e se fez uma concorrência baixando para menos de 29 reais. E estão lá no Tribunal de Contas as explicações que virão na hora certa, a devolução do dinheiro, e que nós representamos.

Então, eu quero dizer o seguinte, quando começo a ver esta questão de “dinheirama”, eu poderia lembrar: o lixo sempre foi, indiscutivelmente, essa questão de financiamento de campanha, e tanto é que eles colocaram até na Prestação de Contas! Se colocaram 150 mil na prestação de Contas, imaginem o quanto não foi! E, quero dizer que, sempre o PT, aqui em Porto Alegre, mesmo discursando contra os empresários, foi o maior parceiro dos donos de ônibus desta Cidade, quero dizer que o primeiro imposto privado que conheci, depois da Idade Média, foi o plus tarifário, que é escriturar ônibus com o dinheiro do povo em nome dos empresários, fizeram uma intervenção durante o dia, devolveram a intervenção durante a noite, e foram lá depois pagar um acordinho no Tribunal, de quase 18 milhões, com o dinheiro do povão. Então, esse é o PT que nós conhecemos. Aliás, eu acho que em matéria de lavanderia essa turma nacional veio buscar aqui algum know-how.

Então, não vou adentrar com profundidade, porque acho que este é um debate que tem que ser aprofundado no campo das idéias, mas cá para nós, Verª Maristela, eu não posso ouvir aqui que este é um Governo sério, dizer que os jovens vão para a rua, com cara pintada, acho que vão, sim, Verª Manuela, de vergonha, por ver um Presidente que se elegeu com o voto dos trabalhadores, dos operários, dos descamisados, da gente sofrida deste País, e governar para a elite brasileira, como está governando, de mãos dadas, com o Consenso de Washington. O velho PCdoB que vi na porta das fábricas, nas lutas populares, eu acho que está na hora de repensar, porque este Governo não é dos trabalhadores; este Governo, sim, atende aos interesses dos poderosos, como atendeu aqueles que historicamente governaram este País. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE(Elói Guimarães): Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Conforme já assentado em reunião e deliberado pelo Plenário, nós votaremos em bloco os Requerimentos nº 198/05, nº 202/05 e nº 205/05, e, após, o PLE nº 009/05.

 

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu quero fazer justiça, Sr. Presidente, o meu Requerimento é o de nº 202/05, que faço em conjunto, aliás, o titular do Requerimento é o Ver. Márcio Bins Ely, faltou constar o nome dele; é em conjunto do Ver. Márcio Bins Ely e este Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está esclarecido.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 198/05 – (Proc. n. 4453/05 – Ver. Dr. Goulart) – requer que o Período de Comunicações, no dia 22 de agosto de 2005, seja destinado a assinalar o transcurso do 7º aniversário da Unidade do 20º Batalhão de Polícia Militar do Rio Grande do Sul. (incluído em 08-08-05)

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 202/05 – (Proc. n. 4620/05 – Ver. Bernardino Vendruscolo) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 23 de agosto de 2005, às 17 horas, destinada a comemorar o dia do Corretor de Imóveis. (incluído em 08-08-05)

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 205/05 – (Proc. N. 4688/05 – Vereadores João Carlos Nedel, Adeli Sell e José Ismael Heinen) – requerem Moção de Apoio para que o Fórum Mundial de Turismo, de 2006, seja realizado em Porto Alegre. (incluído em 04-08-05)

 

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação os Requerimentos nº 198/05, nº 202/05 e nº 205/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

PROC. N. 3525/05 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 009/05, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio de 2006 a 2009. Com Emendas nos. 01 a 20, 26 a 78, 80  a 86, 88 a 106, 109 a 315 ao Projeto. Subemendas n. 01 às Emendas nos. 5, 69, 80, 82, 84, 85, e  96 a 100. Subemendas n. 02 às Emendas nos. 80 e 87.  Com Mensagens Retificativas 01 e 02.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto, Mensagem Retificativa n.02 e das Emendas nos. 01, 02 e 05 com Subemenda n.01, 06, 35, 40, 42, 43, 44, 57, 61, 62, e 69, com Subemenda n. 01, 70, 80 com Subemenda n. 02, 81, 85, 87 com Subemenda n.02, 93, 96 com Subemenda n. 01, 97 com Subemenda n. 01, 101, 102, 105, 106, 110 a 112, 114, 116, 117, 119, 121, 123, 131, 132, 145, 155, 158, 160, 165, 167, 170 a 172, 177, 178, 180, 181, 188, 195, 199, 201, 204, 206, 209, 210, 213, 230, 238, 259 a 262, 264, 265, 272, 273, 277, 279, 280, 288 a 315.

pela rejeição da Mensagem Retificativa n.01 e das Emendas nos. 03, 04, 07 a 20, 26 a 34, 36 a 39, 41, 45 a 56, 58 a 60, 63 a 68, 71 a 78, 82 com Subemenda n. 01, 83, 84 com Subemenda n.01, 86, 88 a 92, 94, 95, 98 com Subemenda n. 01, 99 com Subemenda n. 01, 100 com Subemenda n. 01, 103, 104, 109, 113, 115, 118, 120, 122, 124 a 130, 133 a 144, 146 a 154, 156, 157, 159, 161 a 164, 166, 168, 169, 173 a 176, 179, 182 a 187, 189 a 194, 196 a 198, 200, 202, 203, 205, 207, 208, 211, 212, 214 a 229, 231 a 237, 239 a 258, 263, 266 a 271, 274 a 276, 278, 281 a 287, Subemenda n. 01 à Emenda n. 80 e da Subemenda n.01 à Emenda n. 85.

 

Observações:

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito por um terço dos membros da Casa –  Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- após a aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do Regimento);

- foram retiradas as Emendas nos. 21 a 25, 79, Subemenda n. 01 à Emenda n. 87, 107 e 108.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 009/05. (Pausa.)

Procederei à leitura dos Requerimentos que solicitam Destaques.

O Ver. Sebastião Melo requer que as Emendas nº 212 e nº 281 sejam votadas em separado. Indefiro o Requerimento pelos fundamentos que leio: “O indeferimento do pedido de votação em separado para as Emendas nº 212 e nº 281 deu-se pelo fato de a primeira Emenda não indicar a fonte de recursos destinados à ação; e, para a segunda Emenda, pelo fato de ter sido apresentada extemporaneamente”.

 

 O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, tratam-se das Emendas do Ver. Bernardino. Está indeferido o Requerimento de Destaque?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, o Requerimento de Destaque.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Correto. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei requer que as Emendas nºs 221, 147, 151, 146, 150, 202 e 207 sejam votadas em separado. Defiro, relativamente às Emendas nº 207 e nº 221, o pedido de votação em separado, nos termos do inc. VI, do art. 120, do Regimento.

Indefiro o pedido da votação em separado para a Emenda nº 146, por insuficiência técnica e em virtude de contemplação parcialmente da proposta pela Mensagem Retificativa nº 02, sendo aberto prazo para correção, e não foi retificada. Para as Emendas nºs 147, 150 e 251, em virtude de inadequação técnica, pois, ao criar a ação, não informam finalidade, produto, unidade de medida, metas e prazo de execução. Para a Emenda nº 202, por ter sido contemplada pela Mensagem Retificativa nº 02.

O Ver. Professor Garcia solicita Destaques às Emendas nºs 271, 274, 276 e 278, tendo sido deferidas por esta Presidência.

O Ver. Aldacir Oliboni solicita Destaque à Emenda nº 98 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 98, e à Emenda nº 99 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 99 ao PLE nº 009/05, tendo sido deferidas por esta Presidência.

Defiro, relativamente às Emendas nºs 161, 162 e 163, o pedido de votação em separado, nos termos do inc. VI, do art. 120 do Regimento.

Indefiro o pedido de votação em separado para a Emenda nº 77, em virtude de a Emenda não informar a ação que deverá receber os recursos destinados e não ter os signatários devidamente identificados. Esses Destaques foram solicitados pelo Ver. Carlos Comassetto.

Defiro, relativamente às Emendas nºs 182, 183, 184 e 186, o pedido de votação em separado, nos termos do inc. VI do art. 120 do Regimento.

Indefiro o pedido de votação em separado para a Emenda nº 179, em virtude de a Emenda destinar recursos a uma ação que foi agregada a outra pela Mensagem Retificativa, sendo aberto prazo para correção da Emenda, e esta não foi retificada. Esses Destaques foram solicitados pela Verª Maria Celeste.

Ouço o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não fiz nenhum requerimento de Destaque. Portanto, eu falo em tese. V. Exª está indeferindo apenas, e unicamente apenas, aquelas que orientadas pela Diretoria Legislativa têm problemas técnicos; ou seja, não comportam e não são confortadas pelo Regimento. É isto?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito.

Em discussão o PLE nº 009/05. (Pausa.) A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05 e para proceder à leitura do Relatório da matéria.

 

A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, venho a esta tribuna hoje evidenciar a importância do Plano Plurianual enviado a esta Câmara Municipal pelo Poder Executivo, bem como detalhar os métodos utilizados na condição de Relatora do Projeto e as dificuldades enfrentadas no decorrer do trabalho.

O Plano Plurianual deve ser considerado um instrumento de médio prazo, elaborado de forma estratégica pelo Poder Executivo, que se destina a estabelecer diretrizes, objetivos e metas quanto à realização de despesas de capital e outras delas decorrentes, assim como das relativas aos programas de duração continuada. O PPA passa a ser o alicerce do sistema de administração financeira dos entes federados, ou seja, da União, Distrito Federal, Estados membros e Municípios.

A Constituição brasileira de 1988 instituiu um processo de planejamento orçamentário a ser viabilizado por um conjunto de leis de iniciativa do Poder Executivo, cuja característica principal é o entrosamento harmônico de suas disposições, com o objetivo de garantir que as funções administrativas sejam desenvolvidas a partir de um plano de governo, a longo, médio e curto prazo.

Foi assim institucionalizado um sistema orçamentário composto pela Lei do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei de Orçamento Anual.

A Lei de Responsabilidade Fiscal vem aprimorar esse processo com disposições que buscam assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas mediante controle austero de avaliação da execução orçamentária, impondo medidas de correção dos desvios apurados, com provisões de responsabilização e sanções pelo descumprimento.

Em face de novos preceitos de gestão pública, o PPA vem sofrendo um processo de evolução, porque ao Plano está sendo atribuído o caráter de instrumento pertinente à gestão governamental. Para tanto, o PPA deve ser concebido, na sua íntegra, num contexto que abranja, como preceitos básicos, o planejamento e gerenciamento da ação a ser implantada.

O plano deve conter programas facilmente identificáveis pela sociedade, os quais terão por finalidade a solução de problemas previamente constatados e que necessitam da atuação estatal.

O Plano, portanto, deve representar um importante passo no sentido da modernização dos processos de planejamento e orçamento, tendo como principal foco a implementação, pelo setor público, de uma administração cada vez menos burocrática e mais gerencial, orientada para os resultados efetivos desejados pela população, ampliando a transparência dos efetivos benefícios oferecidos ao cidadão.

Feita essa breve consideração sobre os projetos orçamentários e seus objetivos sociais de planejamento e gerenciamento dos recursos públicos, passamos agora a analisar o projeto do Plano Plurianual. Trata-se de Projeto de Lei de origem do Poder Executivo que tem como objetivo dispor sobre o Plano Plurianual do Município de Porto Alegre para os exercícios de 2006 a 2009, cumprindo, assim, com o que determina o art. 121 da Lei Orgânica do Município.

O Projeto foi apresentado a este Legislativo no dia 03 de junho de 2005, e apregoado na data de 06 de junho do mesmo ano. Em parecer prévio, a douta Procuradoria se manifestou em 07 de junho, não vislumbrando óbice à tramitação. No dia 10 de junho foi publicado no Diário Oficial de Porto Alegre e no jornal Diário Gaúcho, comunicado à comunidade porto-alegrense, informando a tramitação do Projeto e o período em que se daria a discussão preliminar de Pauta, com o objetivo de tornar pública a todos os interessados a possibilidade de apresentação de emendas populares, nos termos do art. 121 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. No dia 21 de junho, no âmbito da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, cumprindo as disposições do art. 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal, foi realizada Audiência Pública, para fins de apresentação do Plano Plurianual e realização de debates e considerações sobre o Projeto. O edital da convocação da Audiência Pública foi publicado no Diário Oficial de Porto Alegre e no Jornal do Comércio, respectivamente em 10 de junho e 13 de junho de 2005. Durante o período de Pauta, foram incorporadas ao Processo 88 emendas e um ofício do Governo Municipal, encaminhando planilha com os códigos dos Programas e Ações constantes no PPA.

Em sorteio, no âmbito da CEFOR, fui escolhida Relatora do Projeto. No dia 07 de julho, foi encaminhada Mensagem Retificativa ao Projeto, assinada pelo Prefeito José Fogaça. A Mensagem foi devidamente apregoada e distribuída aos Srs. Vereadores. No dia 18 de julho, foi encaminhada nova Mensagem Retificativa, que foi devidamente apregoada e novamente distribuída aos senhores Parlamentares. A Mensagem Retificativa, além de alterar o Projeto, consolidou a Mensagem anterior.

A CEFOR, a cada nova Mensagem Retificativa, abriu prazos aos Vereadores para a apresentação de emendas, permitindo assim o diálogo do Legislativo, mediante as emendas dos Vereadores, com as proposições do Poder Executivo.

No âmbito da Comissão, foram apresentadas 227 emendas de autoria dos Srs. Vereadores, totalizando 315 emendas e 14 subemendas.

Recebidas as emendas, eu, como representante da CEFOR, analisei a formalidade do Projeto, das Mensagens Retificativas e das emendas, considerando os requisitos legais e necessários para a sua tramitação. Verificadas as exigências formais para a tramitação do Projeto e suas Mensagens Retificativas e emendas, passamos a analisar, então, o Projeto e seu contexto. Constatou-se, de modo geral, que o Executivo enfrentou dificuldades para cumprir a orientação da Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo a qual devem ser quantificadas as metas e objetivos, bem como fixar indicadores para o controle, visando à solução de problemas ou ao atendimento de necessidade ou demanda da sociedade, com o indicativo de recursos disponíveis, orientados pela projeção das Receitas do Município. Além dessa dificuldade, devemos referir que o trabalho de análise do Projeto, em muito foi dificultado pelas sucessivas Mensagens Retificativas apresentadas e pela falta de entendimento, pelo Poder Executivo, do papel modificador de suas propostas consolidativas.

É importante salientar que é orgânico e regimental a apresentação de Mensagens Retificativas, porém, a superficialidade da primeira Mensagem não nos permitiu o seu completo conhecimento e aplicabilidade, pois a Mensagem Retificativa nº 01 não informava devidamente a incidência das alterações, se eram em despesas correntes ou de capital, além de outras dificuldades de compreensão.

A segunda Mensagem procurou, além de informar novas alterações, consolidar o Projeto com a Mensagem Retificativa nº 01. Seria meritória a iniciativa, se não ocasionasse tumulto na análise que estava sendo realizada, pois a nova versão consolidada alterou, substituiu, excluiu ações em diversos itens, seja na descrição, nas metas, na finalidade ou até mesmo nos valores. As emendas apresentadas ao Projeto, em virtude da Mensagem Retificativa nº 02, tiveram de ser refeitas e muitas foram prejudicadas ou contempladas pelo Executivo. A iniciativa do Governo Municipal buscou ainda, por meio da Mensagem Retificativa nº 02, compatibilizar, ao Projeto, emendas já apresentadas. Todavia, este papel de compatibilizar as emendas ao Projeto é desta Casa Legislativa. Correções ao Projeto são devidas e esperadas, mas nunca para substituir o papel do Vereador.

Cabe-nos elucidar ainda nosso método de trabalho. Objetivamos, ao relatar o Projeto, proceder à análise com base nos dispositivos constitucionais, quais sejam, dispositivos que instituem o Plano Plurianual como um Plano de Planejamento para quatro anos e que objetiva estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Foi com base nessas diretrizes constitucionais que orientamos o nosso trabalho, corrigindo algumas emendas e rejeitando outras que traziam detalhamento de algumas ações ou que buscavam incluir ações com metas muito específicas, cabíveis somente em projetos orçamentários.

Cabe frisar que o grande número de emendas rejeitadas deve-se a três fatores importantes. Primeiro: insuficiência técnica de muitas emendas, que não nos permitiram identificar o objetivo almejado ou não continham todas as informações necessárias à sua aprovação. Segundo: a apresentação da Mensagem Retificativa nº 2, que contemplou ou prejudicou muitas emendas. As emendas contempladas ou prejudicadas foram rejeitadas por prejudicialidade. Terceiro: a apresentação de diversas emendas que propunham ações muito específicas, mais indicadas para uma lei orçamentária e não para um Plano Plurianual, foram rejeitadas também por não serem compatíveis com o PPA, que se propõe a traçar macroorientações ao Governo Municipal

Temos convicção de que, dessa forma, conseguimos trazer ao Plenário as emendas possíveis de aprovação, sem fazermos uma leitura meramente política de suas propostas, mas sim levando em consideração, quando foi possível, uma leitura técnica, ofertando aos meus nobres Pares um rol de emendas que tem compatibilidade com as diretrizes constitucionais e que não descaracterizam o Projeto apresentado pelo Governo Municipal.

Em síntese, analisamos exaustivamente e diuturnamente o PPA, suas duas Mensagens Retificativas, suas emendas e subemendas no curto espaço de tempo concedido. Buscamos ainda, na tentativa de preservar projetos, ações, intenções, corrigir emendas, reapresentando-as como sendo de Relatora, mas sempre resguardando, mediante justificativa, a devida autoria e iniciativa.

Torna-se, por fim, imprescindível, Sr. Presidente, prestar o meu mais sincero e profundo agradecimento a todos que contribuíram para que esse trabalho se concretizasse. Não vou citar nomes para não cometer o deslize de esquecer alguém, pois não me perdoaria se isso acontecesse. Muito obrigada a todos vocês que trabalharam diuturnamente comigo nesse Projeto, abandonando seus lares, seu lazer, seus compromissos, suas famílias. Se conseguimos concluir essa tarefa, foi graças à dedicação de todos, pois sozinha eu jamais teria vencido esse desafio. Muito obrigada, Sr. Presidente e meus nobres Pares.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Lido o Relatório da Verª Maristela Meneghetti, a matéria está em discussão.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, existe um Requerimento nas mãos de V. Exª que requer para o dia 12, sexta-feira, um debate a respeito de ética na política, entre Senadores da República - pelo menos aí estão nominados - e o Sr. Roberto Jefferson. Primeiro, estou falando em nome da Bancada do PDT inteirinha; segundo, sou membro da Mesa, portanto tenho que ter responsabilidade de dividir com V. Exª, a quem devo ser e sou, até este momento e para todos os efeitos, fiel. Como V. Exª pode conferir sempre, porque V. Exª é o Presidente, portanto, é exatamente o Líder da Casa, sobre quem, pelo menos eu, deposito toda a confiança.

Então, Sr. Presidente, não vou discutir o direito de o Sr. Roberto Jefferson falar no Rio Grande, mas eu tenho ouvido dos meus Pares - eu estou falando em nome da Bancada do PDT, porque os outros líderes falarão -, é que neste momento, sem antecipar julgamento, porque ninguém ainda foi julgado, e nós temos que aguardar, até porque advogados somos, mas, no mínimo, o Sr. Roberto Jefferson é uma personalidade polêmica e que, no meu entendimento e da minha Bancada, é um pouco paradoxal que justamente ele venha falar sobre ética na política, mas isso, para qualquer efeito, fica superado. Mas, aqui no recinto da Câmara, palco de dezenas e dezenas de anos de plena e franca democracia - sabemos da história de Porto Alegre e dos Vereadores -, nós entendemos que para a instituição Câmara de Vereadores não vai sentar bem a presença desse Deputado. Repito: nada contra a sua pessoa, é que ele, como personagem político, hoje, é, no mínimo, altamente polêmico!

Então nós entendemos, pelo menos a Bancada do PDT - é claro que os outros vão-se pronunciar por suas Bancadas -, que isso pode trazer um entendimento ambíguo a respeito da acolhida da instituição Câmara para um personagem dessa natureza. Por isso, Sr. Presidente, antes que a Mesa se reúna, antes que a Mesa, tão bem presidida por V. Exª até este momento, tome essa decisão, eu, como membro da Mesa e em nome da Bancada - porque estou na Mesa em nome da Bancada, não estou na Mesa em meu nome próprio -, sou obrigado a me pronunciar nesse sentido, no caminho de que melhor seria se esse seminário se realizasse em outro recinto, para resguardar a tradição e a história desta Instituição de mais de 200 anos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estamos discutindo, em discussão geral, o Plurianual. Acho que o momento é inoportuno do ponto de vista regimental, mas apenas ouço as questões formuladas, para que depois se dêem os desdobramentos necessários.

Ouço a Verª Manuela d'Ávila.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, primeiro, em nome da Bancada do PCdoB, gostaria de registrar a nossa estranheza, assim como a de vários Vereadores de diversas Bancadas ao vermos um Requerimento como esse, pedindo a cedência do Plenário desta Casa, uma vez que todas as atividades que fizemos neste Plenário, como é o caso dos diversos seminários da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, passaram pela Mesa, como foi o Seminário dos Ciclos, como foi o Seminário da Reforma Universitária; primeiro essa questão. E, segundo, queria colocar a nossa angústia ao vermos que um réu confesso, não é apenas...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Verª Manuela, nós não vamos entrar nesse tipo de debate. V. Exª formule a questão, mas não podemos entrar nesse tipo de debate, porque aí não construímos. Ouço a Questão de Ordem em que V. Exª discorda que a cedência da Casa seja oferecida. Então, é nesses termos que temos que colocar. Agradeço a V. Exª nesse sentido.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Nós gostaríamos de registrar nossa insatisfação com esse fato, porque acreditamos que a Mesa, assim como o Plenário, são os espaços onde cabem as decisões nesta Casa, e práticas como essa, que sabemos que não são naturais de V. Exª, nos deixam, de verdade, muito angustiados.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o que me surpreende mais, e V. Exª é testemunha, é que recentemente, o nosso próprio Partido, o Partido Socialista Brasileiro teve dificuldade de fazer a sua convenção aqui na Casa em função de datas - V. Exª está lembrado? Porque eram dois dias, sábado e domingo, e isso não poderia acontecer dentro das cotas partidárias.

Eu só queria fazer o registro de que o atual responsável pelos Direitos Humanos na Assembléia, o Dr. Sérgio Bittencourt, é um filiado do PDT. A única coisa que eu acho é que temos que fazer essas ressalvas só na forma.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nossa saudação afetiva, eu não vou entrar no mérito. Eu requeiro a V. Exª que recue dessa posição, quem sabe leve a uma reunião das Lideranças. Nós queremos que V. Exª tenha uma saída nessa questão aqui colocada. Agora acho que, infelizmente, essa questão, encaminhada dessa forma, terá complicações no conjunto das Bancadas. Então é esse o pedido que faço a Vossa Excelência.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI (Questão de Ordem): Nobre Presidente, Ver. Elói Guimarães, também sou membro da Mesa, pela Frente Popular, e acho que, no mínimo, essa decisão teria que passar pela Mesa ou pelo Plenário. Em função disso queria dizer também que não acredito que tanto o Senador Paim como o Zambiasi se colocariam ao nível do Jefferson para discutir ética na política aqui em Porto Alegre.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores - também não há nenhum motivo para colocar em especial a Presidência em constrangimento - eu acho que nós devemos, como diz o Ver. Sebastião Melo, ter uma saída tranqüila, e, no desfecho, tenho certeza de que esta Casa merece questões e pessoas bem melhores para serem recebidas aqui. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão claras as posições, a Mesa examinará o Requerimento. A Casa apenas cederia os seus espaços democráticos para a matéria antes focada, mas isso será objeto de discussões, entendimentos. Portanto, está clara a manifestação, e estão recolhidas as manifestações já produzidas.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

 O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, venho mais uma vez a esta tribuna para debater isso que eu entendo ser um instrumento de planejamento privilegiado a partir da instituição da Constituição de 1988, como os instrumentos reais de planejamento a partir da Lei do Orçamento Plurianual, que vai orientar, priorizar, as ações, os investimentos e as políticas deste Governo, adentrando no próximo Governo por mais um ano. Lei essa que deve ser complementada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e pela Lei Orçamentária Anual.

Pois bem, recebemos a primeira versão, trabalhamos, nos dedicamos, produzimos as avaliações, as emendas. Recebemos a segunda, veio uma terceira, uma quarta e uma quinta versão no último dia. E esta Casa, através de seus Vereadores, todos, pelo menos no que eu identifiquei, produziram discussões aqui neste Plenário, emendas, sugestões, que foram, em grande parte, incorporadas pela Relatoria à Peça de que hoje iniciamos a discussão, para ainda, nesta semana, se fazerem as deliberações.

Nesse particular, eu quero fazer uma saudação e um elogio à Relatoria, à Verª Maristela Meneghetti, que fez um trabalho técnico, competente e muito profissional. Quero dizer isso, porque os relatórios, as peças que chegaram até nós eram muito defeituosas, muito complicadas. Basta dizer que a primeira Peça veio com uma estimativa de nove bilhões e 800 milhões, e a última veio com uma estimativa de investimentos de nove bilhões, 166 milhões. Portanto, Ver. Haroldo, há que fazer uma ginástica, retirando, da primeira até a última peça, 633 milhões de reais - isso não é pouca coisa.

As emendas apresentadas visam a, ou pelo menos têm a intenção de, corrigir um conjunto de problemas que, eu creio, muito pela inexperiência, se apresentaram como elementos incompletos ou como elementos desordenados, sem uma lógica que pudesse orientar melhor um projeto totalizante de Governo para o período. Por que isso? Porque muitos projetos aparecem durante um ano e desaparecem nos próximos três anos; há projetos que fecham; há projetos que existem em algum período e depois desaparecem. E não pode ser assim! Então, todo o esforço feito pelos Vereadores, Ver. Sebastião Melo, eu creio que tenha sido na direção de aperfeiçoar o trabalho do Governo ou as autorizações que nós delegaremos neste Governo para que ele possa ter instrumentos de planejamento e de trabalho nas leis subseqüentes que vão se apresentar a partir de agora.

Apelo para a sensibilidade do Governo, que não faça destaque por fazer, que discuta e que aceite as proposições para incorporação no Projeto Geral a ser aprovado por esta Casa, como elementos que possibilitem o planejamento, as ações e as políticas públicas que venham ao encontro dos interesses da Cidade e da cidadania, porque esse, de fato, é o instrumento mais importante de planejamento que nós construímos, e esse é o papel principal desta Casa também, e é aqui que ela tem que se afirmar como soberana. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando começamos a conhecer e a trabalhar com o Plano Plurianual no meu gabinete, eu brincava muito com a nossa equipe, que nós estávamos adentrando num assunto do “alto clero” desta Câmara; que aquele documento é para aqueles que conhecem profundamente o nosso Município, conhecem profundamente ou conseguem vislumbrar a totalidade daquilo que é necessário para que o nosso Município se desenvolva da melhor maneira. Pois bem, eu sigo achando que o Plurianual, assim como o Plano Diretor, por vezes, parece como algo de uma parcela apenas desta Câmara de Vereadores, mas nós tivemos a oportunidade, não por mérito, Ver. Melo, senão por uma dedicação quase que de 24 horas de cada dia, que tivemos para olhar, observar, apresentar emendas; nós tivemos a oportunidade de apresentar uma série de emendas. Acho que fomos um dos mandatos, senão o mandato que mais emendas apresentou a esse Plano Plurianual. E eu não digo isso para que a nossa equipe possa ficar feliz e se gabar, mas porque fizemos um trabalho, e o resultado disso, o reconhecimento disso, é o reconhecimento da Verª Maristela Meneghetti, uma Vereadora de primeiro mandato, mas que soube, com precisão, ouvir os Vereadores, dialogar com a totalidade dos Vereadores, fossem eles de qualquer uma das Bancadas, eles foram bem recebidos por essa Vereadora.

Esse era o trabalho do qual nós ríamos, porque, se fosse com o meu Gabinete, teria desequilibrado todos e todas nós que ali trabalhamos, porque foi de uma dedicação exclusiva a construção, a avaliação de cada uma, de todas as duzentas e tantas emendas apresentadas, propiciando o reconhecimento do trabalho de todos os Vereadores, porque nós tivemos um processo, que eu caracterizaria como bastante conturbado, de construção desse monte de folhas que temos hoje em cima das nossas mesas. Primeiro veio uma pequena Mensagem Retificativa da Prefeitura. Posteriormente, a maior parte das emendas que os Vereadores apresentaram foi contemplada no Plurianual, o que nos causou determinada estranheza, inclusive, porque havíamos, inclusive, trabalhado dias apenas para reconhecer algumas falhas que são humanas, e, portanto, era compreensível que elas ali estivessem. Mas elas haviam sido contempladas, e o mérito da Verª Maristela Meneghetti foi justamente fazer com que, no resultado final, nisso que temos hoje nas nossas mesas para avaliar, constasse o mérito de todos os Vereadores que apresentaram uma emenda e a justificativa de por que a Relatora estava, então, rejeitando aquelas emendas que tinham qualidade, qualidade que foi comprovada pela aceitação que o Poder Público e o Poder Executivo haviam dado a elas.

Eu gostaria de destacar, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, que, no nosso mandato - foi o trabalho também da nossa Bancada, do Partido Comunista do Brasil, porque trabalhamos nesse Plurianual coletivamente - nós tivemos, fundamentalmente, três preocupações para observar e para trabalhar no Plurianual. A primeira delas foi trabalhar justamente aquela área que mais conhecemos ou com a qual mais temos a possibilidade de conviver, conversando para melhor conhecer. Passamos, portanto, a trabalhar propostas que haviam sido as nossas propostas de campanha e que nos deixaram muito felizes, porque vimos que grande parte delas estava no Plano Plurianual. Outras tantas, que ali não estavam nós conseguimos trabalhar e pedimos a todos os senhores e senhoras que atentamente as analisem, como é um caso dos mais simples, que passou ou poderia passar despercebido por muitos dos senhores e das senhoras, que trata do Centro de Referência e Tratamento, a questão dos distúrbios alimentares. Isso pode parecer ridículo ou muito despolitizado, mas, quando nós sabemos, Verª Margarete, que a maior parte das drogas que a juventude gaúcha consome não é a cocaína, não é a maconha, mas são os anorexígenos e as metanfetaminas, que deixam os moços fortes e as meninas magras; nós temos de passar a trabalhar, no nosso Município, com a parte da área da saúde voltada a essa questão. Quando nós vemos que muitas ações da Secretaria Municipal da Juventude passavam despercebidas por outros órgãos que deveriam trabalhar conjuntamente para garantir a tão falada transversalidade, nós fizemos questão de incluir essa transversalidade na prática, nesse que é um documento que dá norte aos investimentos e às ações da Prefeitura do Município de Porto Alegre, assim como foi a Emenda nº 116, que previa recursos para uma série de discussões da Secretaria da Juventude, mas não previa que, por exemplo, essa Secretaria investisse recursos para formular e para criar o seu Conselho Municipal da Juventude, um espaço que nós, aqui dentro deste Plenário, lutamos para que exista.

Portanto, eu gostaria, Sr. Presidente, de dizer e de reconhecer que, se houver erros, houve erros e não foram poucos por parte do Executivo Municipal, mas o processo de construção, na minha opinião, pelo papel decisivo que a Verª Meneghetti jogou, pela sua sensibilidade e capacidade de construir coletivamente com os outros 35 Vereadores, graças a esse trabalho coletivo que a Vereadora soube, inclusive, fazer o Poder Executivo respeitar e incorporar nas suas reflexões, nós temos hoje nas nossas mãos muitas emendas bastante positivas para a juventude da nossa Cidade, incorporadas e prontas a serem votadas por todos os Senhores e Senhoras. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, tem que haver um reconhecimento em todo esse processo de tramitação deste Projeto do Plano Plurianual. É a primeira vez que se tenta fazer com que o Projeto do Plano Plurianual tramite aqui, Ver. Sebastião Melo, trazendo programas que serão desenvolvidos ao longo dos quatro anos. Acho que o Plano Plurianual, no passado, na verdade, trazia algumas intenções que, muitas vezes, se esboroavam no decorrer dos tempos, e, na maioria das vezes, não se via contemplado nas Leis de Diretrizes Orçamentárias, e, depois, nas Leis de Orçamento. Desta vez, é claro que obedecendo a uma legislação, o Governo Municipal mandou para esta Casa um Plano Plurianual com programas que serão desenvolvidos. E é claro, como tudo o que acontece pela primeira vez, houve uma certa dificuldade por parte dos técnicos do Município que faziam essa primeira experiência de tentar uma lei do Plano Plurianual; havia uma dificuldade para que esses técnicos pudessem elaborar um projeto perfeito que pudesse realmente contemplar tudo aquilo que a Cidade precisaria para que as leis orçamentárias pudessem ser desenvolvidas nos quatros anos.

Então, por isso é que, de repente, só o primeiro Projeto não serviu, precisou vir uma Mensagem Retificativa e depois outra Mensagem, e é claro que houve uma certa imperfeição com relação às Mensagens que vieram, principalmente com relação à primeira, que a Verª Maristela Meneghetti coloca muito bem que ela é muito superficial; só a segunda Mensagem é que traz, vamos dizer assim, alguma coisa realmente de mais concreto. Mas isso tudo acabou influindo no trabalho da Relatora, deu mais trabalho para a Verª Maristela Meneghetti, porque ela, que iniciava, num primeiro plano, a analisar as primeiras emendas, começou a ter dificuldade depois, porque as emendas que estavam apresentadas não se encaixavam nas Mensagens Retificativas, o que fez com que a Verª Maristela Meneghetti tivesse um trabalho triplicado para poder fazer uma análise que orientasse o Plenário com relação àquilo que nós estávamos querendo para o Plano Plurianual. Várias vezes, eu tive a oportunidade de conversar com a Relatora. Acho que a Verª Maristela Meneghetti fez um trabalho magistral, um trabalho muito bom, foi, pela primeira vez - e eu ouvi isso do Ver. João Dib, mas faço questão de repetir, porque é verdade - que um Parecer de um Projeto do Plano Plurianual é apresentado da forma como foi apresentado, analisando emenda por emenda, a fim de que todos os Vereadores pudessem ter noção do peso de uma e de outra emenda dentro do Projeto. E os Vereadores oposicionistas, é claro, acabaram exagerando no número e apresentando realmente emendas completamente desnecessárias, a meu ver. É claro que eu não quero entrar aqui na órbita de interesse de nenhum dos Vereadores, mas, a meu ver, a maioria das emendas apresentadas pela oposição se constituía de emendas completamente desnecessárias, que tinham apenas o objetivo de atrapalhar o Plano.

Eu faço questão de dizer, Ver. Sebenelo, que o importante para Plano Plurianual são os programas. Eu não posso querer fazer um Plano Plurianual, Ver. João Antonio Dib, dizendo o que vai ser gasto neste ano, no ano seguinte, naquele ano, nesse e naquele programa, porque o Plano Plurianual não existe para definir valores. O Plano Plurianual existe para definição dos programas que vão ser desenvolvidos ao longo dos quatro anos, Ver. Todeschini. Eu não posso me prender a que o programa “x” tenha de receber tanto de recursos, que o programa “y” deve receber tanto de recursos; e eu quero, já, fazer a divisão dos recursos orçamentários quando da feitura do Plano Plurianual. O Plurianual não é feito para isso, não é instrumento para divisão de rendas.

O Plano Plurianual é um instrumento para orientação de programas. Os programas que vão ser desenvolvidos ao longo dos quatro anos é que devem, realmente, merecer a atenção dos Vereadores, quando estão analisando o Plano Plurianual. Mas eu vi que a maioria das emendas teve a preocupação de dizer o seguinte: “Olha, no programa ‘x’ não vai ser mais 600 mil reais, vai ser 800 mil reais; e nesse projeto não vai ser mais isso, vai ser mais aquilo. Eu tiro recurso de cá boto para lá” -, como se fosse aqui no Plano Plurianual que eu devesse fazer essas divisões.

Eu acho que existem, nas leis orçamentárias, dois momentos específicos para que nós possamos falar em valores: lá nas Diretrizes Orçamentárias, que ainda não são os valores fechados, e na Lei do Orçamento, que a gente volta lá no final do ano; aí eu tenho, realmente, que especificar o valor mais certo possível. Eu não consigo, ainda, fazer com que o valor seja absolutamente correto. Tanto é que, na Administração passada, nos dois últimos anos, tivemos o Projeto apresentado aqui na Casa como se o Orçamento não fosse ter nenhum déficit, e quando nós chegamos ao final da execução orçamentária, nós tínhamos lá anunciado, no Orçamento daquele ano, um déficit de 60 milhões de reais, um déficit realmente bastante alto.

Então, é claro que não podemos exigir que no Plano Plurianual nós tenhamos, Ver. Elói Guimarães, os números já definidos, como algumas emendas aqui que quiseram aplicar. Eu vou afirmar a V. Exas. aqui no Plenário que tomarei cuidado ao votar o Projeto e votar as emendas, mas levando em consideração as emendas que querem corrigir programas. Todas as emendas que queiram corrigir valores dentro do Plano Plurianual, eu vou votar contra, porque eu acredito que seja um absurdo querer-se definir valores aqui no Plano Plurianual. Então vai ser o meu comportamento quando eu estiver votando as emendas que foram colocadas aqui neste Projeto.

Eu quero mais uma vez cumprimentar a Relatora, a Verª Maristela Meneghetti, por esse trabalho portentoso que ela fez para orientar todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo o Requerimento, de autoria da Verª Sofia Cavedon, solicitando que as Emendas nºs 28, 27, 26 e 15 ao PLE nº 009/05 sejam votadas em Destaque. Defiro o Requerimento no que concerne a Emenda nº 15. As demais emendas já foram deferidas, logo está prejudicado nesse teor o Requerimento da Verª Sofia Cavedon.

Apregôo o Requerimento, de autoria da Verª Manuela d’Ávila, solicitando que as Emendas nºs 111 e 119 ao PLE nº 009/05 sejam votadas em Destaque. Deferido o Requerimento.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras. Em primeiro lugar, queria dizer que o Plano Plurianual, que agora estamos discutindo, é a culminância de um processo que já vem há alguns meses. Inicialmente esta Casa aprovou para permitir que o Executivo submetesse a sua proposta ao Orçamento Participativo e à população, nós aprovamos uma mudança de prazos, aqui, que permitiu, então, dar um tempo maior para a Prefeitura.

Em segundo lugar, nesse processo, foi feita a discussão com a sociedade através do Orçamento Participativo, dando seguimento a uma conquista da Cidade, que é o direito da cidadania de participar, e que hoje é uma exigência legal, inclusive do Estatuto da Cidade.

O terceiro passo foi o envio do Plano Plurianual, a elaboração, o envio para esta Casa e o primeiro momento de trabalho dos Vereadores, fazendo uma série de emendas. A seguir - e aí houve uma dificuldade - nós tivemos quatro ou cinco novos documentos da Prefeitura, do Executivo, entre Mensagem Retificativa, consolidação, chegamos a uns quatro cadernos que tumultuaram um pouco o trabalho dos Vereadores. Mas nós entendemos, Ver. Bernardino, que é o primeiro ano da nova Administração. Isso levou a que inúmeras emendas fossem prejudicadas e exigiu da Verª Maristela Meneghetti - a quem todos já elogiaram o trabalho, e eu quero assinar embaixo - um trabalho duplicado. A Vereadora teve que trabalhar em quatro, cinco versões, e, os Vereadores tiveram de rever, Ver. Dib, inúmeras emendas que foram prejudicadas pelas Mensagens Retificativas. Então, fizemos um novo trabalho de correção, e, por fim, a Verª Maristela Meneghetti concluiu o seu Relatório. Para ter-se uma idéia do trabalho, é isso aqui, Ver. Dib. (Mostra o trabalho.) É o Relatório mais denso que essa Casa já conheceu em todos esses anos, e ainda tumultuado por inúmeras Mensagens Retificativas.

Então, nós queríamos parabenizar a Verª Maristela Meneghetti, nós sabemos do seu trabalho, o diálogo que ela manteve com os Vereadores, é importante dizer. É o quinto ano que estou nesta Casa, mas o diálogo que ela fez, nunca na discussão do Plano Plurianual, havia o Relator tido esse trabalho tão intenso. A última etapa está sendo, inclusive no dia de hoje e amanhã, também, mas principalmente hoje, a discussão com o Executivo Municipal, como é de praxe, também, que, afora o próprio Relatório elaborado pela Relatora da Comissão, tem os seus interesses e o direito de negociar. Eu e a Verª Manuela negociamos as nossas emendas, e devo dizer que foi uma discussão respeitosa, uma discussão em alto nível e aberta. Nós, com isso, acordamos, e, como o trabalho da Vereadora já havia sido um trabalho bastante profundo, não houve grandes alterações. Na verdade, é o Relatório da Verª Meneghetti, com pequenas alterações.

Eu queria rapidamente elencar as emendas para conhecimento dos colegas e para pedir o seu apoio, evidentemente. A Emenda nº 61 trata da criação do Museu de Artes de Porto Alegre, Ver. Almerindo Filho. A Cidade tem duas grandes pinacotecas, o Projeto Monumenta agora está criando um espaço, creio que essa Emenda vai nesse rumo, porque a Cidade necessita, e o próprio espírito do interesse do Governo da Cidade. Quanto à Emenda nº 62, emenda que já aplicamos no outro Plurianual, aqui na nossa Casa, Ver. Elói, cria a condição para as publicações dos Vereadores, para darem transparência ao seu mandato. A Emenda nº 80 trata do mapa fundiário de Porto Alegre, elemento essencial para a aplicação do Estatuto da Cidade e para fazer avançar a reforma urbana e o Plano Diretor. Então, foi acolhida também pelo Executivo, entendendo a sua importância. A Emenda nº 81 trata da Semana Municipal do Artesanato, Lei aprovada por esta Casa - realizou-se neste ano a 1ª Semana e evidentemente que, nos próximos anos, deve ocorrer uma continuidade. A Emenda nº 83 - vou para a conclusão - foi rejeitada, eu a acolhi, dentro do contexto, que é a criação do Programa Primeiro Emprego, em Porto Alegre. O Executivo alega que existe o Programa, só que o seu nome não seria esse. A Emenda nº 84 trata da questão... Não, a 84 é essa. A Emenda nº 85 trata da questão dos egressos do sistema prisional e de que haja programas para inseri-los na sociedade. A Emenda nº 86, a Universidade do Trabalhador, o ensino técnico. A Emenda nº 87, a questão dos banheiros públicos nas feiras livres - Lei aprovada nesta Casa e ainda não implementada. A Emenda nº 101, Dia Municipal da Literatura e do Folclore, também acolhida. A Emenda nº 102, o Dia Municipal do Controle da Anemia Falciforme, será no próximo dia 16, Projeto meu e do Ver. Nereu, que passará a estar contemplada no Plano Plurianual. A Emenda nº 103 foi objetada, mas há um compromisso de depois realizá-la na prática. E a Emenda nº 104 - e paro por aqui - trata da Semana Municipal da Capoeira e foi acolhida através de uma Emenda de Relatora, da Verª Maristela Meneghetti. Residências cidadãs, todas as emendas de cunho jurídico, apoio jurídico às comunidades ameaçadas de despejo, reinserção de trabalhadores com mais de 40 anos, enfim, eu diria que, no essencial, as emendas que este Vereador encaminhou foram acolhidas pela sua alta relevância. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente gostaríamos de parabenizar a Verª Maristela Meneghetti pelo seu Relatório e de dizer que ocorreram algumas alterações na atual legislação. Ou seja, as Portarias nº 42 e nº 163 exigem que o trabalho a ser apresentado pelo Executivo seja mais direcionado, não única e exclusivamente com metas e diretrizes como era feito. Esse, inclusive, é o entendimento atual do Tribunal de Contas. E é por isso que, a partir deste ano, todos os Planos Plurianuais dos mais de 5 mil Municípios brasileiros estão sendo formatados sob uma nova visão.

É verdade também que tivemos algumas variações e desentendimentos, porque ocorreram várias versões do Plano Plurianual vindo a esta Casa, fazendo com que os Vereadores apresentassem emendas, e, para emendas que estavam contempladas ou não colocadas especificamente dentro de determinados Projetos, tiveram de elaborar uma nova redação. Também foi dito aqui que ocorreram muitas emendas. Ora, uma das funções dos Vereadores é legislar e apresentar justamente emendas ao Plano Plurianual, porque no Plano Plurianual o Vereador pode trabalhar em cima de toda uma questão orçamentária. É importante lembrar que o Orçamento previsto para os próximos quatro anos no Município de Porto Alegre, esse Plano Plurianual de 2006 a 2009, está prevendo um Orçamento acima de 9 bilhões de reais, ou seja, estima-se mais ou menos uma média de 2 bilhões e 250 milhões por ano, mostrando, então, que realmente Porto Alegre é uma Cidade que tem um aporte financeiro grande, e é importante, sim, que neste período os Vereadores se debrucem sobre essa matéria, porque as emendas futuras da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do próprio Orçamento vão estar intimamente vinculadas ao Plano Plurianual. Isso é importante falar porque às vezes os Vereadores perdem o trem da história, ou seja, não se identificam no Plano Plurianual, e depois, ao longo da caminhada - que é uma caminhada longa, de quatro anos -, a cada ano que passa, querem fazer determinadas emendas pontuais, mas se esquecem de que essas emendas muitas vezes não têm validade, porque não têm uma sintonia; chegam lá no Orçamento e não têm uma sintonia com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e nem sintonia com o Plano Plurianual. Então, isso é importante, porque dentro de três semanas vamos começar a discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias e temos que ter essa visão de que têm que estar vinculadas ao Plano Plurianual.

Nós apresentamos algumas emendas que já foram acolhidas pela Relatora, outras foram discutidas com o Executivo, e nós apresentamos, por exemplo, a questão do Disque-Solidariedade, a questão do Ramiro Souto, Saúde Vocal, a questão da metragem dos parques, das caminhadas, o Museu do Desporto - que já é uma Lei, e agora, finalmente, acredito que vá ser colocada em prática; estamos com dificuldades e vamos debater aqui para a aprovação ou não da questão dos convênios com as federações e a própria questão do monumento da Capela de São Francisco de Chagas. Falando em federações, inclusive neste último final de semana, o Campeonato da América foi realizado em São Leopoldo, e Porto Alegre poderia fazê-lo, porque, na realidade, o que temos que contemplar são convênios para que o Município possa dar um suporte financeiro àquelas federações que queiram fazer as suas atividades. Então, é importante que, neste momento, os Vereadores elaborem emendas junto ao Plurianual. Não é a questão quantitativa, mas, sim, a qualidade das diversas emendas que iremos trabalhar. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, na verdade, neste momento que estamos vivendo nesta Casa em que estamos discutindo a estrutura, o Ver. Luiz Braz externou a sua posição, pela qual temos o maior respeito, mas divergimos, tranqüilamente. Não existe uma menor importância nessa discussão. Nós, sim, dizemos e pensamos o montante que nós gostaríamos, independente, porque há uma prerrogativa do Executivo de como ele vai se organizar e mandar para cá a Peça Orçamentária dos próximos quatro anos. Agora, também é prerrogativa nossa termos a idéia, porque, quanto à estrutura, nós estamos pensando o solo alicerçado, a casa com o material. Agora a conjuntura, que é quando iremos discutir, especificamente, detalhar as questões orçamentárias, é como quando vamos mudar os móveis de uma casa; é diferente, e lá, inclusive, podem mudar isso.

Então, como somos formadores de opinião, às vezes também é preciso clarear isso, porque, senão, parece que o Plurianual não tem a importância necessária. Ela, a estrutura, é justamente o que vai nos dar o eixo de todos esses anos. Por isso que, quando saíram equivocadamente os nove bilhões e 800 mil e depois vieram para cá com um novo valor, nós perguntamos para onde foi o restante da verba informada no Diário Oficial, porque nós temos que trabalhar exatamente sobre o número que vai sair! O problema aqui não é o Governo mandar uma Mensagem Retificativa, porque o nosso Governo, que permaneceu 16 anos, também teve necessidade de fazer Mensagens Retificativas. O problema é que a sociedade de Porto Alegre não pôde discutir o Plurianual e que até quinta-feira temos que votar! E não adianta o Governo vir para cá e ditar uma regra que nós temos que votar em bloco determinados... Olhem aqui, nós temos que saber respeitar as questões que são diferentes, dentro da estrutura política que nós vamos votar aqui, econômica e social, nós votamos questões diferentes. Nós não votamos na questão social, econômica, enfim, como se tudo fosse robótica. Quero deixar clara, aqui, a posição do Partido dos Trabalhadores: nós vamos destacar tudo o que for necessário, assim como nós achamos que é prerrogativa - e já sabemos que o Executivo assim o fará -, mesmo que a Relatora tenha colocado, não apenas politicamente, mas por uma questão de ética e, também, por considerar que a questão não é apenas técnica, pois também tinha conotações políticas, ela também se baseou, sim, de uma forma séria, respeitando o conjunto das Bancadas, porque ela sabe e teve a consciência - apesar de estar no seu primeiro ano Legislativo, mas pela sua experiência de vida, senão ela não teria sido eleita -, e o respeito às outras Bancadas. E isso foi levado em consideração, que é o mínimo que nós esperamos de um Executivo sério.

Hoje mesmo, eu ouvia no rádio que o Governo Fogaça estava reunido - e ele falou assim também - com as Lideranças das diversas Bancadas. Não é verdade, ele não dialogou com as Bancadas de oposição, ele dialogou apenas com a Bancada de situação. Tudo bem, é um direito dele se ele não quer dialogar conosco, mas também é um direito nosso de fazer Destaque por Destaque naquilo que for necessário. Se for necessário chamar uma Extraordinária para sexta-feira, nós teremos de fazer. Por quê? Porque, na segunda-feira, é o prazo legal para entregarmos ao Executivo. Nós faremos, se for necessário ficarmos até as duas, três horas da manhã, como já ficamos em outros momentos; nós ficaremos. Agora, é nossa prerrogativa, enquanto legisladores, enquanto parte da sociedade, estarmos aqui lutando por aquilo que nós entendemos que é necessário para se colocar em prática aquilo que nós consideramos de justiça social e, também, de política para os quatro anos desta Cidade.

Portanto, desta forma, quero deixar bem claro que nós não vamos engolir que venham achando que nós vamos votar num “pacotão”, quando nós vamos priorizar e respeitar as diversidades e as prioridades de cada segmento. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do Sr. Sérgio Luiz Bittencourt, Presidente do Movimento de Justiça dos Direitos Humanos.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05. (Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Plano Plurianual que é uma visão prévia dos quatro anos de atividade, de investimentos e de despesas do Governo Municipal, no seu primeiro ano da Legislatura, nos faz repensar uma série de problemas que enfrentamos nesta Câmara. Tivemos a felicidade de podermos incluir neste Programa, como emenda, e com o auxílio da Relatora, a Verª Maristela Meneghetti, que neste momento não se encontra no Plenário, mas que fez um brilhante trabalho, uma única e exclusiva emenda de autoria deste Vereador, que é o pronto-socorro da Zona Sul.

Nós temos e gostaríamos de ter aprovado, Ver. Comassetto, a CPI da Saúde, porque uma das coisas que nós queríamos provar é que era indispensável o pronto-socorro da Zona Sul. Hoje, conversando com o Dr. Manoel Pereira, Diretor do Hospital Pronto Socorro Municipal, nós, cada vez mais, temos a convicção de que o pronto-socorro da Zona Sul, prometido por todos os Partidos, por todos os candidatos já há várias eleições, seria um grande avanço para a cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebenelo, eu tenho uma convicção. Para saber da necessidade do pronto-socorro da Zona Sul, que é uma bandeira sua, assim como deste Vereador também, nós não precisamos fazer a CPI. Podemos fazê-la para buscar outras questões.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu não tive a intenção de dizer que eu pedi a CPI só para isso, não!

 

O Sr. Carlos Comassetto: Está bem, ficou esse entendimento. A segunda questão: assim como eu já tinha dialogado com V. Exª, nós apresentamos uma emenda no mesmo sentido, que foi absorvida pela sua emenda. Damos todo o apoio à sua emenda, para que isso se torne realidade. Muito obrigado.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu convido a todos os Vereadores que apresentaram emenda sobre o pronto-socorro para assinarem comigo, com todo o prazer.

Em segundo lugar, quando eu falo em CPI da Saúde, eu acho que essas coisas são um pouco amplas, especialmente porque essa emenda trará para a Zona Sul três questões fundamentais que serão examinadas, Ver. Sebastião Melo - V. Exª que mora na Zona Sul e que tanto apoiou e tanto lutou por essa idéia. A primeira delas é a questão do acesso. Hoje, o Hospital Pronto Socorro Municipal está locupletado de tarefas e demandas que, em nível insuportável, prejudicam, inclusive, a atividade dos seus funcionários. Em segundo lugar, o Hospital de Pronto Socorro Municipal, hoje, peca pelas questões de disponibilidade, isto é, as equipes de plantão deveriam estar disponíveis para o atendimento da população. Equipe disponível é, por exemplo, a equipe do Corpo de Bombeiros, pois pode não haver nenhum incêndio em Porto Alegre, mas eles têm que estar presentes. Ora, mas para que pagar alguém que não está trabalhando? Mas quando houver o momento do incêndio, o plantonismo é inevitável. E, em terceiro lugar, a proximidade, duas proximidades: a proximidade geográfica e a proximidade da instituição com os seus clientes que terão, na Zona Sul, uma demanda imensa, principalmente uma chance de salvamento muito maior do que se tivessem que percorrer essa distância a mais, além do Hospital Belém, até o Pronto Socorro Municipal.

Bom, é esse o debate, é essa a questão, e se tivesse havido a CPI, nós teríamos, com muito mais precocidade, tomado essa iniciativa pela gravidade da situação.

Tivemos uma reunião na Comissão de Saúde e depois com o Sr. Prefeito, na presença da Coordenadora da Bancada Federal, a Deputada Yeda Crusius, e ficou assentado que se este ano, todo o orçamento federal à disposição dos Deputados fosse empregado no Aeroporto Salgado Filho, no sentido de aumentar a sua pista, a sua trafegabilidade e muito mais a sua demanda comercial, o ano que vem passa a ser, o próximo exercício, cujo trabalho começa agora, o Orçamento da Nação começa a prever a instalação do pronto-socorro da Zona Sul no Hospital Parque Belém e, principalmente, a sua manutenção por conta de convênios com verbas federais. Isso será uma conquista da cidade de Porto Alegre, desta Casa, da unanimidade dos Vereadores, inclusive que trabalham pela Zona Sul, como o Ver. Comassetto, como o Ver. Sebastião Melo, como o Ver. Mario Fraga, que estão permanentemente voltados para esse problema. Ver. Comassetto, por exemplo, o Ver. Sebastião Melo, que não é médico, mas foi Presidente da Comissão de Saúde, uma das idéias lideradas por ele foi o pronto-socorro da Zona Sul.

Então, isso vai atender a todas as necessidades e, mais do que isso, Sr. Presidente, vai cumprir com uma questão política de promessa eleitoral, de que nesta Legislatura, se Deus quiser, Porto Alegre vai ter o seu pronto-socorro na Zona Sul, já que a Zona Norte foi aquinhoada com o Hospital Cristo Redentor, hoje o verdadeiro pronto-socorro da Zona Norte. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; minhas colegas Vereadores e meus colegas Vereadoras, o Brasil não tem uma boa tradição na área do planejamento e, cá para nós, Ver. Todeschini, as peças de ficção orçamentária existiram antes de 1988 e continuam existindo após 1988, porque, mesmo esculpida no processo constitucional, a Lei do Orçamento, que se divide no Plano Plurianual, na LDO e na própria Lei Orçamentária, Vereador-Presidente, tem sido muitas vezes peça de ficção de Governos de todos os matizes. E eu poderia trazer aqui um exemplo: o Governo Federal se elegeu dizendo que ia governar para os pequenos - isso foi o que ele colocou no seu Plurianual - e, na verdade, o Presidente Lula governa para os banqueiros; eu poderia dar outros exemplos. Mas eu quero me ater à questão aqui deste Plurianual, Ver. Braz - acho que V. Exª pegou um eixo importante. Primeiro, foram colocados eixos de administração, porque durante esses 16 anos em que a Frente Popular administrou o Município de Porto Alegre, pela vontade popular, colocaram-se diretrizes. E eu vou dar um exemplo, Ver. Ervino Besson: nos plurianuais, houve sempre a diretriz de humanizar o Centro da Cidade. Isso ocorreu? Houve sempre diretrizes de que o esgoto desta Cidade teria um tratamento maior do que teve nos 16 anos. Isso ocorreu? Não.

Então eu quero dizer que o Governo que assume, primeiramente, sai fora de meramente colocar diretrizes, mas estabelece programas - são 21 programas. Agora deve-se dizer, Ver. Brasinha, que há verba carimbada. Quase 50% Orçamento do Município de Porto Alegre, Presidente - V. Exª que pertence aos quadros do Município -, estão carimbados com a folha de pagamento. O custeio da máquina administrativa chega a 33%. E aí eu quero dizer também que em vários Orçamentos da gestão passada, Verª Neuza, eu ouvi, algumas vezes, que o Município investiria 18%. Isso nunca ocorreu em 16 anos! A média de investimento - isso também está em todos os documentos que tive a oportunidade de ler - do Governo de V. Exª, Ver. Todeschini, foi de 8%; às vezes chegou a 10%, 10,5%, 11%, mas a média era de 8%.

O que o Governo está dizendo aqui no seu Plurianual? Que a média vai chegar a 11%, 12%. Então é um avanço importante. Vocês querem um Plano com milagre? Esse Plano e o Plurianual não são milagreiros e não foi contratado nenhum “salão de maquiagem”. Aliás, quem era chefe dos “salões de maquiagem” chamava-se André Passos. Ele tinha alguns e contratava outros para maquiar o Orçamento e o Plurianual. Esse era especialista, tem que se tirar o chapéu para ele.

Então esse é um Plano que tem eixos, privilegia o social, radicaliza na democracia, Verª Clênia, enfrenta a “burrocratização” da máquina pública, que é uma das coisas mais perversas, como o Poder Público não servir para o cidadão no seu dia-a-dia. Por isso a máquina pública tem que ser revigorada na sua administração e tem que ter ferramentas justas. Não pode um conselho de contribuintes ficar três, quatro, cinco, seis anos com processo de poderosos, porque os poderosos têm condições de contratar boas bancas advocatícias, bons auditores, bons consultores.

Por isso, esse Plurianual sinaliza também que nós vamos ter uma máquina mais arejada. E aí, a minha querida Líder do Partido Neoliberal recauchutado, Verª Maristela Maffei, coloca uma coisa aqui que não dá para agüentar. Pois eu sou marinheiro de quatro anos e meio, e eu ouvi aqui, nesta tribuna, que ela dizia o seguinte: “Aqui não tem que se fazer emenda no Plano Plurianual, aqui não tem que ter emenda ao Orçamento, porque é só o OP que pode fazer”. Agora, ela virou o fio. Ela diz que: “Não senhor, aqui nós temos que fazer as emendas”. Então, cá para nós, Verª Maristela, o povo pode ter memória curta, mas eu não tenho. E V. Exª vinha aqui dizer: “Não pode! O senhor, Ver. Melo, o senhor quer fazer, mas não tem autoridade; quem tem autoridade é o OP”. E agora V. Exª vem aqui, com esse discurso chove-não-molha. Cá para nós, vamos fazer um debate legal, bonito, mas não me venha com esse discursinho, que não dá. Vamos enfrentar o mérito da questão, e o mérito da questão é que esse Plano é transparente, é democrático, teve discussão, e teve, indiscutivelmente, várias contribuições da sua Bancada, extremamente incorporadas, porque foram boas para a Cidade. Portanto, este é um Governo plural, que recolhe as contribuições da oposição, e não é que nem o seu Governo, em que tudo que vinha da oposição parecia que fugiam como o diabo da cruz. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero iniciar fazendo um comentário justamente da fala do Vereador que me antecedeu nesta tribuna. Realmente, pela primeira vez, a Bancada do Partido dos Trabalhadores faz emendas no Plano Plurianual, Ver. Sebastião Melo, porque, de fato, neste ano, a população não foi ouvida a respeito dessa Peça Orçamentária; não houve debate que nos anos anteriores houve, nesta Cidade, em relação ao Plano Plurianual; não houve um debate democrático com os homens, com as mulheres desta Cidade em relação à construção dessa Peça Orçamentária. E nós, Vereadores e Vereadoras desta Casa, desejosos de que pudesse haver a escuta da população em relação à Peça Orçamentária, colaboramos com o Executivo, quando estendemos os prazos para a entrega do Plano Plurianual a esta Casa. Nós contribuímos, fizemos a nossa parte. E mais: verificamos que a população não foi ouvida a respeito dos objetivos, das diretrizes, das metas que a Administração Pública traçou para os próximos quatro anos. Por isso, esta Bancada, responsavelmente, analisou, ouviu as comunidades que aqui chegaram e fez, sim, várias emendas. Não fizemos como nos anos anteriores em que houve a maioria das emendas - e nós não chegamos ao número de pelo menos metade das emendas, como o Ver. Luiz Braz falava anteriormente, não chegamos a esse número. Nós, responsavelmente, fizemos emendas, aliás - quero lembrar aos nobres colegas -, emendas que foram aceitas pelo Governo na primeira Mensagem Retificativa, emendas que foram aceitas pelo Governo na segunda Mensagem Retificativa. E isso a Verª Maristela Meneghetti, com muita ética, com muita coerência, colocou no Parecer, dizendo nas duas emendas: “Vereadora, a sua emenda não foi aceita, porque já foi incorporada na Mensagem Retificativa do Governo”. Isso é cumprir a atribuição do Vereador e da Vereadora desta Casa.

Percebemos que o Governo não ouviu a população, por isso houve necessidade da intervenção dos Vereadores; então, colocamos as emendas. E vejam, foram aceitas já nas Mensagens Retificativas como tão bem relatado pela Verª Maristela Meneghetti.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigada, Vereadora. Rapidamente, para não atrapalhá-la, eu só queria dizer o seguinte, como eu não pude apartear o Ver. Sebastião Melo, quero dizer que, de fato, quando as pessoas não têm um argumento para defender o seu próprio Executivo, elas tentam desgastar a opinião alheia, o que, de certa forma, é muito deselegante, não fica de bom tom entre pessoas que trabalham aqui o dia todo, principalmente porque tentam fazer um referencial machista, num viés sectário; mas o Vereador ainda tem tempo de aprender. Obrigada.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Verª Maristela, mas como eu dizia em relação à colocação que foi feita, a nossa preocupação é que, de fato, e a nossa contribuição, sabedores do nosso papel relevante na sociedade, em relação a essa Peça Orçamentária, é de que esta Bancada, assim como a Bancada da Frente Popular - creio aqui poder falar pelos dois outros Partidos -, têm uma grande responsabilidade com esta Cidade, e jamais se exime dela, principalmente na construção desta Peça tão importante para os próximos quatro anos da nossa Cidade, assim como nós não nos eximimos de qualquer responsabilidade, nesta Casa, em relação a qualquer projeto que venha do Executivo. Esta é uma Bancada que está sempre aqui, atuante, presente, colaborando, contestando, muitas vezes fazendo emendas aos projetos para contribuir, porque nós queremos que esta Cidade ande, e, lamentavelmente, nesta Peça que veio para cá, no início dela, a gente percebeu que muitas coisas estavam erradas, e muito se precisou trabalhar nesse sentido, para emendar, para construir. Talvez por isso tenha tantas emendas - mais de 300 emendas -, sobre as quais a Relatora teve que se debruçar. Já fez o seu relato, aqui no início desta Sessão, colocando todo o seu empenho para poder entender todo esse processo, sendo uma Vereadora de primeiro mandato, como a Verª Maristela, mas que se dedicou muito neste trabalho, podendo colaborar, inclusive colocando ali - quero ressaltar mais uma vez -, a autoria das emendas quando elas vinham com Mensagem Retificativa. Ela teve a ousadia e a coragem de dizer, aqui dentro, de quem era a autoria, de verdade, das emendas que propunham, quando vinham enquanto Mensagem Retificativa do Governo.

Ora, tão atrapalhado estava este Governo que precisou mandar duas Mensagens Retificativas. Mas nós estamos aqui, atentos para fazer o debate. Não nos omitimos da nossa ação enquanto Vereadores e Vereadoras desta Cidade, e propomos, cada vez mais, estarmos prontos para o debate para melhorarmos sempre mais esta Cidade, porque Porto Alegre é uma cidade que precisa ser construída e reconstruída a cada dia para o bem da população. Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Oliboni, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na minha vida política é a primeira vez que eu analiso o Plano Plurianual; quer dizer, estou, ao analisá-lo, aprendendo, e aprendendo bastante, mas vi com muita satisfação a clareza desse Plano Plurianual. Tive a satisfação, também, de ver tópicos os quais eu gostaria de ressaltar e que eu acho que são bons.

Primeiro, cumpre-me parabenizar o trabalho da minha colega de Bancada, Verª Maristela Meneghetti, pelo estafante trabalho, pela clareza do trabalho, pelas exposições claras e objetivas na aceitação das propostas, tanto objetando quanto aprovando.

Chama a atenção este Projeto do Plano Plurianual já desde a explicação da montagem deste Plano. Buscaram-se as projeções de Receitas e Despesas de anos anteriores, colocou-se uma correção deflacionária e inflacionária pelo IGPM. Em cima dessa realidade por que o Município tem passado, elaboraram-se os projetos contemplados neste Plano.

Fiquei muito satisfeito ao ver que a média mais contemplada foram os projetos sociais, numa análise rápida, há em torno de 20% de aumento nos investimentos de projetos sociais neste Plano Plurianual; e também há o incentivo bastante considerável e importante à habitação popular da nossa Cidade, por meio do incentivo ao cooperativismo; 33 milhões de reais para a formação de cooperativas habitacionais, para ajuda de formação e financiamento, quase a fundo perdido, de estruturas para cooperativas habitacionais de Porto Alegre. Mais de 40 mil...

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, nobre Vereador, só para auxiliá-lo: o Plano atual foi corrigido pelo IPCA; os anteriores eram pelo IGPM.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: O importante é que houve uma diretriz, houve um rumo, houve um norte, houve um dado real para se fazer a correção tanto das Despesas quanto das Receitas.

Também ele destina uma verba bastante considerável para a procura e apropriamento de áreas próprias para a construção de áreas residenciais, quer dizer, para se fazer um planejamento para futuras construções de áreas habitacionais no nosso Município.

Voltando ao cooperativismo, quero, inclusive, parabenizar a equipe do Governo por ter-se focado no cooperativismo para ajudar a debelar essa crise, esse déficit habitacional que carregam as cidades, principalmente as grandes metrópoles nos dias de hoje. Através do cooperativismo, temos a certeza de que nós podemos multiplicar as aplicações, o rendimento dessas aplicações em número de habitações.

Sabe-se que o cooperativismo não pode gerar lucro; não temos nada contra o empresário, mas no cooperativismo não é destinado lucro a ninguém, tem que empatar zero a zero; não se destina percentual de corretagem ao corretor, quer dizer, é, na sua síntese, um projeto realmente social, que capitaliza uma aplicação pública para que haja um rendimento real.

E, concluo, na análise rápida deste Plano Plurianual, nesta primeira intervenção, torcendo para que todos nós sejamos fiscalizadores e felizes para que possamos chegar ao final das metas propostas, e chegarmos próximos delas. O sucesso desta governabilidade, o sucesso deste Plano Plurianual vai estar, sem dúvida nenhuma, na vontade política de todos nós, na nossa capacidade fiscalizadora e da capacidade administrativa do nosso Governo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara; Verª Maria Celeste, para que a gente não cometa uma injustiça, quero que saiba que tenho um respeito extraordinário por V. Exª, pelo seu trabalho, pela sua história política, inclusive como Conselheira Tutelar desta Cidade. Só que V. Exª cometeu um equívoco no seu pronunciamento no dia de hoje: a comunidade participou muito na discussão do Orçamento, Vereadora; eu estava vendo rapidamente que há mais de 50 emendas Populares no Orçamento; então, a comunidade participou de uma forma bastante ampla na discussão do Orçamento neste ano, e V. Exª sabe de que mudou o Governo, e a população quis que mudasse. Logicamente, cada Governo tem o seu sistema de administrar; mudou o Governo, e o nosso Prefeito desta Cidade, José Fogaça, também mudou alguma coisa. Agora, que a comunidade participou de uma forma bastante ativa, bastante ampla na discussão do Orçamento, participou; está aí a prova, nós temos mais de 50 emendas.

 

A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, de fato há várias emendas populares, como nunca houve, porque - reitero - de fato não houve a discussão da Peça Orçamentária anterior à vinda para a Câmara. Quando chegou à Câmara a Peça do Plano Plurianual, a comunidade, desconfiada - não foi ouvida - resolveu, então, usar legitimamente o instrumento do Legislativo para poder agregar a sua vontade ao Plano que nos foi apresentado, porque, lá no início do processo, não houve a discussão, Vereador.

 

O SR. ERVINO BESSON: Mas houve, Vereadora. Tudo bem, V. Exª coloca a sua opinião, mas a comunidade... Não é bem assim, porque participou, e a prova está, como já disse, em que a comunidade apresentou mais de 50 emendas.

Quero dizer aqui aos colegas Vereadores que, no período do nosso grande líder - que foi Governador deste Estado, foi Prefeito desta Cidade, o Deputado Federal Alceu de Deus Collares -, quando foi Prefeito desta Cidade, deu o incentivo dessa tarifa popular do DMAE, e houve aquele período da menor inadimplência, eu acho, da história de Porto Alegre. Além de receber esse grande incentivo do nosso Prefeito, pois ele incentivou e deu essa ajuda aos nossos consumidores que não tinham condições de pagar, a inadimplência foi mínima: menos de 10%. E, hoje, V. Exª sabe qual é a porcentagem de inadimplência do DMAE, meu caro Ver. Todeschini? V. Exª, que foi Diretor do DMAE, sempre elogiei seu trabalho; ela chega a 36%.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É importante dar um aparte, porque mentiras e mentiras são difundidas de forma leviana. Eu quero dizer o seguinte, meu Vereador: no meu tempo, a inadimplência no DMAE chegou a 16%, incluindo 8% dos órgãos públicos que não pagam, entre eles a Câmara de Vereadores, que é isenta, e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que não paga água. Então, isso que andam dizendo por aí é uma grotesca mentira, é uma leviandade. Eu provo com dados da época que isso não corresponde aos fatos, porque isso está sendo espalhado pela atual Direção do DMAE. E eu quero que ele enfrente num debate público, não através de calúnias e acusações levianas como está sendo feito.

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu tenho esses dados, Vereador, tenho informações de pessoas dignas, de pessoas idôneas dentro do DMAE, no sentido de que há uma inadimplência, hoje, assustadora nesta Cidade.

E o Collares, quando foi Governador do Estado, criou a tarifa da CEEE, incentivando pessoas que tinham pouco poder aquisitivo, e também houve inadimplência mínima. E hoje foi dito aqui - tenho informações - que nesses últimos três anos a Receita não cobre a Despesa da nossa Cidade; há três anos que a Receita não cobre as Despesas.

Portanto, acho que nós temos que fazer uma ampla discussão desse tema, porque nós somos Vereadores desta Cidade, temos essa responsabilidade, porque fomos eleitos pelo voto popular. Então, temos de ampliar essa discussão de uma forma bastante responsável, porque, se uma Receita não consegue cobrir as Despesas, o que vai acontecer? O que vai acontecer com o nosso Município?

A gente sabe que há outros Municípios em que também acontece a mesma coisa. Graças a Deus, hoje nós temos a Lei de Responsabilidade Fiscal que trancou um pouco essa forma de administrar, porque eu acho que a população da Cidade não tem de pagar ônus por uma Administração que também não tem a responsabilidade, ou o conhecimento, ou o preparo para administrar uma Cidade, que, de repente, a leva ao caos, como está acontecendo com vários Municípios em nosso Estado.

Portanto, eu faço este registro aqui, porque - para encerrar -, mais uma vez, minha cara Vereadora, acho que a população participou de uma forma ampla, de uma forma muito aberta, muito tranqüila. E a prova está aí, V. Exas todos, Vereadores e Vereadoras, receberam o Orçamento com 54 emendas populares; portanto, a população participou de uma forma bastante ampla, de uma forma bastante ativa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, serei breve, em primeiro lugar quero parabenizar pelo trabalho realizado, em especial pela Vereadora Maristela Meneghetti, pelo volume de emendas que a Vereadora analisou, e analisou efetivamente, porque há uma análise de todas elas, e isso é importante; e também quero parabenizá-la pela forma como foi feito o Relatório. Eu já fui Relator do PPA e do Orçamento, e achei por demais interessante a forma como foi relatado. Acho que é uma forma bastante transparente, é importante que todo mundo possa acompanhar.

O que eu quero, meus caros colegas, é rejeitar uma opinião que circula - pelo menos pelo Plenário - de que membros do Governo estariam propondo negociar emendas em cima de valores. Gente, nós já sabemos qual é a desgraça do Congresso Nacional, onde os Deputados Federais propõem emendas com valores, e fica um tipo de pressão e de barganha para negociar emendas em cima de valores. Por favor, não vamos cair nessa! Quem fez, e se alguém fez, de fato, essa proposição, que a retire, foi um equívoco, um escorregão, um lapso. Aqui isso não funciona! Eu posso falar com mais tranqüilidade ainda, até porque eu não fiz nenhum Destaque; há coisas que apontei nas emendas, que a Vereadora Maristela assumiu em algumas subemendas e algumas coisas do seu Relatório. Porque, na verdade, eu não quero discutir, aqui, essas questões, porque, se o Governo apresentou um Plano Plurianual, fez duas Mensagens Retificativas, e eu tive a oportunidade de discutir com o nosso Secretário num programa de TV, em que eu mostrei um conjunto de erros, como eu mostrei na primeira vez, aqui. E eu fui duro na minha primeira intervenção aqui, porque eu achei que o Governo se precipitou em mandar o PPA com um conjunto de equívocos e de erros.

Acho que em alguns lugares ficaram janelas abertas, o Secretário explicou e eu disse que o Secretário deveria ter mandado todos esses detalhes na Exposição de Motivos, nas Justificativas. E, quando o Secretário diz que ao Plano Plurianual, naquilo que houver lacunas e problemas, poderá, a cada ano, ser apresentado um Projeto de Lei que faça retificações, eu aplaudi e vou continuar aplaudindo. Eu acho que é a sinceridade, é assim que se discutem as coisas. Agora, propor que emendas sejam negociadas com base em valores? Que cada Vereador teria um valor “x” para fazer emendas ou garantir as suas posições é um equívoco que nós nunca cometemos nesta Câmara ao discutir essas questões.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, eu acho que é muito grave o que está sendo colocado aqui, porque nós sofremos críticas diárias com tudo que está acontecendo, nós também temos feito, temos nos referido a isso, agora, se isso está acontecendo aqui, é mais grave do que se imagina! Porque, se isso aqui não é mala, tem outro nome. Então, nós temos de estar atentos ao que está acontecendo. Nós não vamos aceitar.

 

O SR. ADELI SELL: Eu já disse aqui anteriormente, e volto a dizer, que eu espero que isso tenha sido um lapso, tenha sido uma "pisada de bola", já que, aqui, têm vários especialistas em futebol - eu não sou -, mas que o pessoal revise essa posição e que a gente discuta as emendas, os Destaques com base naquilo que é importante para a idade de Porto Alegre, aquilo que, efetivamente, é importante. Se o Governo tiver outra opinião, o Governo tem maioria para derrotar qualquer opinião aqui dentro. Claro, se a base do Governo estiver unida. E que o debate seja democrático, seja limpo e transparente para que a gente possa continuar dialogando, porque nós queremos ajudar a dar um norte para os próximos quatro anos; porque as senhoras e os senhores que assumiram o Governo agora, inclusive, estão sob a égide de um orçamento da administração do PT. Portanto, aqui, faço esse registro, faço esse apelo: eu sou um homem aberto ao diálogo, à discussão, à negociação política, mas em cima de valores eu não discuto! Até porque há algumas questões que, ou tem esse valor ou não tem o programa.

Por exemplo, as passagens escolares para a gurizada, nas escolas, ou tem um valor mínimo por mês, que é em torno de 20, 24 ou 25 passagens/mês, para aquele número que tem hoje, se isso diminui, acaba com o programa que existe. Então, não há sentido fazer um diálogo em cima de valores. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos nos encaminhando para a fase final da discussão do Plano Plurianual, que efetivamente deverá ser cumprido a partir do ano que vem, porque este ano ainda estamos cumprindo o último ano do Plano Plurianual da Administração anterior. No entanto, como o Plano já diz, é um planejamento, é uma visão futura. E o que nos preocupa é a imensa quantidade de emendas que os Srs. Vereadores e Vereadoras apresentaram. E com isso, pode prejudicar a direção do Plano. Cada administração tem um foco, um objetivo, e a Administração Fogaça também tem o seu foco e o seu objetivo.

O Vereador às vezes não está com o conteúdo completo desse Plano e fica pinçando um detalhe específico: “Eu quero investir mais nisso e menos naquilo”. Mas não é esse o foco da administração, porque ele precisa ter um caminho que se encaixe com outros planos. É uma concatenação; se isso for modificado, atrapalha o futuro da Cidade.

Nós, como Vereadores, somos responsáveis pela administração também da Cidade. Vejam as nossas dificuldades: há um déficit de 80 mil moradias, o tratamento de esgoto também tem um déficit elevado. Nós precisamos tratar o esgoto, especialmente do Centro da nossa Cidade, que é o grande peso do que ainda falta. E isso tem que ser considerado. Nós estamos investindo para acabar com os alagamentos de uma certa região importante para a Cidade. Os alagamentos também estão concatenados com outros planos.

Nós temos o problema sério do desemprego. Como vamos enfrentar isso? Com desenvolvimento? Sim, com desenvolvimento; mas não exclusivamente com desenvolvimento. Nós temos que ter planos sociais de recuperação da sociedade, de qualificação da mão-de-obra. E para qualificar a mão-de-obra nós precisamos investir também em educação. Nós temos os problemas sociais de uma imensa quantidade de pessoas que está à margem desse desenvolvimento, e precisamos trazer essas pessoas para a atividade produtiva. A tristeza que a gente vê quando passa por uma sinaleira, quando vê debaixo de um viaduto aquelas pessoas à margem da sociedade. Como vamos resolver esse assunto? É muito sério!

Acabei de retornar do meu gabinete, onde fui atender uma menina, meu caro Todeschini, fazendo hoje 24 anos - ela disse que só tinha recebido um cumprimento, então o meu é o segundo - e já tem cinco filhos! Ela veio me trazer a triste notícia de que foi abandonada pelo marido. Puxa vida! Abandonada pelo marido, com cinco filhos! Ela trouxe um requerimento de aproveitamento no internato do Pão dos Pobres, pois não sabia preencher o requerimento, e foi-lhe pedida a sua renda. Diz ela: “Aproximadamente uns 150 reais mensais”. Noventa e cinco reais da bolsa-família e 55 das faxinas que ela consegue fazer quando tem oportunidade. É um problema social e os Vereadores têm sim a ver com isso, por isso a nossa responsabilidade perante o Plano que prevê o futuro da nossa Cidade, do nosso Município. Nós, como Vereadores e como responsáveis por um milhão e 400 mil pessoas, temos que estar com a cabeça no lugar para bem defender os elevados interesses da sociedade e do bem comum desta mesma sociedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente Ver. Aldacir Oliboni, nossa saudação a V. Exª, às colegas Vereadoras e aos colegas Vereadores. Eu também quero, Verª Maristela Meneghetti, me somar à manifestação de apreço a V. Exª e sei que foi uma dedicação enorme para produzir esse Relatório que hoje vem à discussão nesta Casa. Portanto, os nossos cumprimentos a V. Exª, à sua equipe e à Comissão de Economia e Finanças.

Volto à tribuna porque acho que algumas questões ainda ficaram pendentes na nossa manifestação e em outras manifestações, que eu respeito muito, dos Vereadores da base do PT, que precisam, na nossa avaliação, serem recolocadas.

A primeira delas, Verª Maria Celeste, a maior fonte de discussão desse Orçamento foram as urnas. As urnas foram a grande fonte de discussão deste Plurianual. O povo, ao ir às urnas, de forma democrática, Ver. Adeli, fez uma opção. Então essa é uma fonte extraordinária de discussão.

A segunda, o Governo produziu vários diálogos com a Cidade, com vários setores da Cidade, muitos.

A terceira, as primeiras rodadas do OP, todas elas serviram de embasamento para a discussão do Plurianual.

Em quarto lugar, as emendas populares são uma fonte extraordinária e quero dizer que V. Exª mudou de lado, Verª Maristela; eu não mudei. Eu fiz emenda na oposição e faço emenda no Governo. Vossa Excelência vinha a esta tribuna e esbravejava: “Os Vereadores desta Casa não têm autorização e autoridade para fazer emendas, só a fonte Popular.” Eu quero dizer que o Orçamento Participativo, Ver. Odone, é uma das fontes extraordinárias, mas ela não pode inibir o papel desta Casa, mas a Bancada do PT não apresentava nenhuma emenda e queria coibir que qualquer membro da oposição apresentasse emendas ao Plurianual. Não, nós achamos diferente; nós pensamos diferente. V. Exª apresentou. Tanto é que, das dez emendas da Bancada do PT, sete o Governo acolheu para mostrar que este é um Governo plural! Agora, nós não estamos fazendo... Nós estamos com seis meses de Governo, Ver. Haroldo de Souza - a quem agradeço pela cedência de tempo -, e queremos chegar lá no final, tendo resgatadas as metas colocadas pelo Governo. Talvez, Verª Maristela, talvez, Verª Maria Celeste, muitas dessas metas colocadas não sejam, lá no final dos quatro anos, contempladas na sua inteireza. E, portanto, eu não quero ultrapassar esse limite, porque nós sabemos que o Plurianual são diretrizes, e sabemos que o tempo, num Projeto, hoje, de diretrizes, pode, amanhã, por outra realidade, ser modificado.

Então, portanto, eu acho, Secretário Portela, que este Plano tem três eixos básicos: primeiro, ele fez uma profunda discussão com a sociedade, sim. Segundo, ele estabeleceu programas, não ficou meramente na burocracia, Vereador-Presidente; ele estabeleceu programas e quer cumpri-los. E junto com os programas, estabeleceu valores, Ver. Adeli Sell, metas a serem cumpridas. Acho que há um outro aspecto importante neste Plano, que é a questão social. Acho que o Governo faz uma prioridade: governar para quem mais precisa, azeitar a máquina pública, cobrar dos poderosos desta Cidade. Agora, ele é um Plano perfeito? Não. Ele é um Plano acabado? Não. Ele é um Plano que está aberto à contribuição? Absolutamente. E quero dizer que assinei os Destaques dos Vereadores da oposição, porque acho que um Vereador tem de disputar as suas emendas. Posso votar contrário a todas as emendas que assinei por Destaque, mas fiz isso porque acho que é um direito democrático do Vereador disputar a sua emenda. No mérito, vamos analisar uma por uma, mas não vou cometer aquilo que é negar o direito de um Vereador, que é discutir a sua emenda aqui nesta tribuna, até porque uma boa discussão ajuda todo e qualquer Governo, Verª Sofia, desde que ela seja feita no campo das boas intenções e das boas idéias.

Então, voltei a esta tribuna para gizar esses aspectos e agradeço pela tolerância de V. Exª, já que acabei excedendo alguns segundos do meu tempo, Sr. Presidente. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero agradecer à Verª Margarete Moraes, da Bancada do nosso Partido, o PT, pela cedência do seu tempo, para que eu possa fazer algumas colocações que creio não serem apenas minhas; inclusive o Ver. João Dib tem insistido muito na questão do descumprimento das leis. Pois o nobre jurista Paulo Brossard hoje diz que, no Brasil, parece mentira, uma das coisas mais difíceis é que se cumpram as leis.

Nós vamos aqui aprovar o Plano Plurianual, e, como ele é um arcabouço jurídico, deveria, enquanto tal, ser cumprido. Mas, como ele é uma peça bastante ampla e aberta, o meu medo, o nosso medo é que não haja cumprimento da lei que nós vamos aprovar.

Eu também quero dizer que, quando aqui se fez uma crítica ao nosso Governo passado, dizendo que éramos uma estética de primeira linha, porque fazíamos maquiagens primorosas, havia, então, a possibilidade de a oposição fazer os devidos reparos, seja aqui, fazendo Pedido de Informações para demonstrar cabalmente que havia uma maquiagem, ou se utilizando do Ministério Público e até do Tribunal de Contas do Estado, para mostrar que havia essa maquiagem. Agora, não houve esses recursos, não me lembro de nenhum deles.

Eu quero dizer que eu não fiz Destaques e volto a colocar. Até acompanho um pouco o raciocínio do Ver. Nedel, que diz que esse é um propósito do Governo eleito, legitimamente eleito, por sinal. Pois, se esses são os planos, assumam no voto; votemos, ganha quem ganhar, ponto por ponto, e depois cobraremos a execução. Eu quero dizer o seguinte, Ver. Melo: eu vou cobrar minuciosamente, mas não só cobrar, eu pretendo colaborar, colaborar diuturnamente, mostrando o que foi gasto, se foi gasto demais, as correções têm que ser feitas; se as verbas não estão sendo aplicadas.

Agora, eu fico pensando, muitas pessoas passaram por esta tribuna hoje e se esqueceram de uma coisa fundamental, todo mundo está falando aqui em emendas na Despesa; falou-se em Despesa, mas não se falou em arrecadação. E, para que se faça arrecadação, Ver. Vendruscolo, nós precisamos aplicar as leis aqui aprovadas, inclusive a sua, aprovada na semana passada. Eu quero dizer a V. Exª, que, sábado, circulando pela Cidade, eu ouvi de muitas pessoas: “Puxa, vocês aprovaram uma grande lei. Agora eu farei a minha escritura, porque farei em prestações o pagamento do ITBI”. Isso trará arrecadação, e nós poderemos discutir, inclusive, suplementação de verbas, ou nós, Vereadores, já esquecemos que nós, independentemente do momento do ano, podemos discutir e pressionar inclusive o Governo para apresentar uma legislação de suplementação de verba? Ou não podemos? É claro que nós podemos! Nós temos esse direito, temos esse dever, devemos fazer isso sem pestanejar.

Por isso eu quero discutir esse tema, não apenas hoje, quarta e quinta, quando nós devemos, não só discutir, mas votar todas as emendas; nós queremos garantir que as coisas se façam.

Aproveitando a presença do Secretário, Ver. Beto Moesch, por exemplo, na questão da esterilização dos animais, há uma discussão sobre não aceitar a Emenda que foi proposta. Tudo bem, se o valor é muito alto, vamos discutir, mas o que for aprovado nós cobraremos. Que assim seja! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Queremos anunciar a presença no Plenário do Secretário João Portella e do Secretário Beto Moesch. Saudações, sejam bem-vindos!

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.    

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Ver. Aldacir Oliboni, presidindo os trabalhos neste momento, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado Secretário do Meio Ambiente que nos visita, Beto Moesch, publico que nos assiste, primeiro, queria aqui trazer mais algumas contribuições para o debate do Plano Plurianual e trazer aqui também algumas afirmações, Ver. Sebastião Melo, no sentido de calibrarmos e qualificarmos bem o que foi e o que é debate popular. Na realidade, todos nós sabemos que o debate do Plano Plurianual com as comunidades, com a sociedade foi um debate muito aquém do necessário. Portanto o tempo e os temas que foram apresentados como emendas não tiveram a profundidade necessária, tempo e explicações de seu conteúdo para a discussão com a sociedade, seja no fórum do Orçamento Participativo, seja nos fóruns de planejamento, seja nos Conselhos da Cidade. Quero dizer aqui que nós apresentamos 14 emendas ao Plano Plurianual, que foram analisadas pela nossa Relatora, Verª Maristela Meneghetti. E aqui quero ressaltar o belo trabalho e a dedicação que a Verª Maristela Meneghetti e sua equipe tiveram, se debruçando sobre a análise de detalhe por detalhe de cada uma das emendas, fazendo uma separação entre o que era análise de mérito e o que eram as insuficiências técnicas de cada emenda. Vereadora Maristela Meneghetti, parabéns por esse trabalho, por esse seu primeiro trabalho coletivo, representando aqui esta nossa Casa, que foi já aprovado pela CEFOR.

Quero dizer que todas essas emendas que apresentamos foram construídas num debate com as diversas comunidades, que são projetos que já existem sob o ponto de vista de envolvimento da sociedade. Quero citar um exemplo aqui: o Hospital da Restinga, que é um convênio já firmado do Executivo Municipal com o Hospital Moinhos de Vento; não aparece no Plano Plurianual. E, no convênio, o Município tem a responsabilidade da contrapartida. Portanto, essa é uma Emenda que ali apresentamos para podermos contemplar uma demanda da sociedade e qualificar o Plano Plurianual para que o Governo cumpra esse cronograma nos próximos quatro anos.

Apresentamos um conjunto de outras emendas, Ver. Mario Fraga, relacionadas a Belém Novo e Ipanema. Com relação à questão do turismo, como vamos qualificá-lo na Cidade com referência à política e ao desenvolvimento da cultura náutica? E aqui quero, de público, agradecer à autoridade em náutica, o Sr. Astélio, que fez um convite a todos os Vereadores e nos recebeu em Ipanema para nos demonstrar o potencial que tem a cultura náutica. A Emenda para construir em Ipanema e Belém Novo os trapiches e as marinas foi aceito pela Relatora. Para desenvolvermos numa região como a Vila Nova, Verª Mônica Leal, que não tem um espaço aberto para a sociedade e a comunidade lá se encontrar, estamos propondo ser criado o Parque do Campo do Periquito, que é um espaço ambiental para cultura e lazer. No Campo do Periquito, formou-se e desenvolveu-se o maior jogador de futebol da atualidade do mundo - o Ronaldinho. Se não existisse aquele espaço privado, que não garante a continuidade para a sociedade, talvez esse ícone do futebol poderia não existir.

Então isso é pensarmos na cultura popular, é pensarmos em apropriarmos a Cidade através do Plurianual com emendas que venham a qualificá-la.

Neste momento, eu espero, com toda a tranqüilidade, que as emendas com as quais contribuímos para o Plano Plurianual - essas nove emendas apresentadas -, que o Governo as aceite e traga para a discussão, para que nós possamos, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no próprio Orçamento de 2006, qualificá-las. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, na verdade, eu já havia discutido este tema, mas, como eu o acho muito profícuo, novamente estou aqui.

O Ver. Sebastião Melo acaba me inspirando, lembro do escritor Rubem Alves, que dizia: “Os povos são construídos com os sonhos. Aqueles que partilham sonhos se dão as mãos e caminham juntos. E esse é, precisamente, o início da política, que poderia até ser definida como a arte, Ver. Margarete Moraes, de administrar os sonhos de um povo.”

Ora, Ver. Sebastião Melo, quando da Administração Popular, V. Exª demonstra o quão pouco conheceu nossa ação, nós não discutíamos apenas com o Orçamento Participativo, discutíamos e construíamos todo o processo com outras entidades, com Conselho de Direito, etc. Agora, aquela velha situação: tudo passa apenas na Casa dita do povo. O que vimos hoje? Chama individualmente cada Vereador para negociar as emendas. Tudo que nós vemos em Brasília hoje, está acontecendo aqui, tudo! Porque o atual Governo não tem a coragem de discutir com as entidades, ou no Plenário.

Vossa Excelência, Ver. Sebastião Melo, que é o relator da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, não está defendendo os destaques das entidades para essas causas, derrubando as decisões da população.

Aqui, em Porto Alegre, nesta Cidade e na Câmara, ficamos órfãos de cidadania por conta dos representantes do “Partido da Mudança”. Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, ainda temos que ouvir de V.Exª como nós temos que trabalhar. Nós vamos exercer aqui um papel que V. Exª ajudou a construir com esta Administração! A sociedade está órfã de democracia, de participação! Então, não venha, Vereador, de uma forma pejorativa, sectária, machista, dirigir-se justamente às Vereadoras, quando me citou e à Verª Maria Celeste, e ainda nos imitando, fazendo trejeitos! Por quê? Porque nós somos mulheres? Ora, Vereador, nos respeite, nós somos eleitas por pessoas como aquelas que votaram no senhor. O senhor não vá subir a esta tribuna e querer deturpar a nossa imagem, fazendo micagem, Vereador - desculpe o termo, mas foi isso que V. Exª fez. Não dá, Vereador! Fica feio! O que a sociedade vai pensar de nós? Vamos nos respeitar! Dentro da democracia vamos fazer as nossas disputas, mas de uma forma mais sensível, Vereador, senão fica ruim! Como é que fica a sociedade, se o senhor vai querer ditar regras para nós que temos um Partido constituído como oposição? Se nós consideramos que a sociedade está órfã, como não vamos fazer emendas?

Vereador, cada Partido cuida do seu, de norte a sul. Todos nós temos problemas, como o senhor disse; agora, não venha dizer para a nossa Bancada como é que nós temos que trabalhar, não venha dizer individualmente como é que nós temos que nos relacionar com a sociedade! Nós vamos destacar todas as emendas que forem necessárias destacar! Nenhum diálogo individual que houve aqui vai tirar a nossa posição de Bancada, porque nós temos que reforçar que os Partidos sejam fortes, que as posições não sejam individuais, que não sejam de negociatas, sob pena de nós estarmos, aí sim, alicerçando a não-modificação, de não estarmos alicerçando a reforma da política, a reforma dos partidos políticos neste País.

Vereador, com todo o respeito, acho que é chegado o momento de nós termos o pleno respeito, a plena cidadania, o pleno exercício dos mandatos! E isso começa por aqui: nós fizemos as emendas e vamos destacar quantas forem necessárias destacar. Sabemos que o senhor é da base do Governo e que poderá derrotá-las todas, mas aí é a questão de uma maioria contra uma minoria. Agora, tirar a nossa possibilidade de discutirmos, de destacarmos, de organizarmos para que essas plenárias estejam lotadas com o povo?! Já que esse Governo não foi até o povo, nós queremos, sim, legitimamente, garantir, aqui, a nossa participação. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, nobres Pares, com todo o respeito aos colegas Vereadores que compõem a Bancada do Governo, eu gostaria de, como síntese desse processo do Plurianual, considerar que o Governo Municipal não favoreceu, não ajudou nem a Cidade nem esta Casa a cumprirem o seu papel de interferir no Plano Plurianual; ao contrário, complicou em demasia. Eu quero dar alguns exemplos. Acho que tem o atenuante de ser a primeira vez - fazia muito tempo que os partidos do atual Governo estavam afastados da Cidade de Porto Alegre, tem esse atenuante, é verdade; tem o atenuante da mudança da legislação - ficou muito mais complicado, acho que o problema de os valores terem que estar expressos complica, porque uma projeção de quatro anos, na minha opinião, deveria, sim, só tratar de grandes diretrizes, de programas, e se fazer o debate com a sociedade, com a Cidade, dos rumos do Governo, dos investimentos, e não no detalhe - se é nove mil, se é 10 mil, se é cinco milhões, se é sete milhões. Acho que isso não ajuda. Mas acho que o Governo demorou demais para trazer a sua proposta. Não a apresentou, para a sociedade, em tempo, antes de vir para cá. Na verdade, esta Cidade estava acostumada, senhores e senhoras, a construir todas as leis que definem a aplicação de Orçamento.

O conjunto das entidades, o Fórum das Entidades já incorporou esse empoderamento de que o conjunto dos recursos da assistência social eles sabem aonde vai, eles sabem os programas que existem, eles querem discutir a sua ampliação, a sua manutenção, a sua flexibilização, a sua mudança. E não é possível, e aí discordo frontalmente da idéia de que um Governo ungido pelas urnas possa desconhecer essa cidadania ativada - responsável pela realização de inúmeras políticas públicas não estatais nesta Cidade. E acho que o Governo não teve essa sensibilidade, esse cuidado. Deveria ter sentado, teve tempo, nós prorrogamos o prazo, com o conjunto das entidades. O conjunto das entidades, na área da Educação, não viu contemplado, neste Plurianual, o debate que vem fazendo todos esses anos em quatro congressos. O povo, da Cultura... Nas suas conferências, a Cultura não está no Plurianual; o Fórum das Entidades não visualizou o Plurianual. Não há problema em haver divergência no montante de valor, acho que isso é uma disputa salutar que sempre a sociedade fez conosco. Mas não visualizar, no Plurianual, a garantia dos programas já em andamento, a sua correção e ampliação, isso é um problema sério. Então, acho que a discussão não realizada anteriormente com a sociedade traz um grave problema aqui para a Casa.

Segundo, a dificuldade que o Governo teve ao apresentar duma forma diferente os recursos divididos em programas transversais, só os recursos de ampliação. Hoje eu compreendo mais que a maior parte dos recursos lá, como se fosse uma caixa-preta, no apoio administrativo, inviabilizava a realização de emendas corretamente. A maior parte das emendas da sociedade civil foi prejudicada, porque indicava recursos do apoio administrativo - que tinha bilhões ali dentro -, só que errados, porque era um recurso fechado, não estava aberto, em ação, e aí a emenda saiu errada.

O Governo manda várias Mensagens Retificativas até o último prazo. A sociedade não recebeu a mesma tolerância para arrumar as suas emendas, que foram, na forma, escritas errado por conta da forma como o Governo apresentou! Então, hoje há uma série de emendas prejudicadas, não porque a sociedade civil não tenha se esforçado, não tenha tentado disputar, corrigir o problema de o Governo não ter discutido com ela, mas porque o Governo mandou duma forma incorreta e não havia como emendar corretamente em cima duma forma incorreta.

Acho que temos problemas posteriores. Quero reconhecer o mérito da Verª Maristela Meneghetti, que tentou incorporar as emendas duma série de Vereadores e entidades, e, pasmem, a base do Governo não construiu uma concordância com esse Relatório - e era cultura construída nesta Casa! O Parecerista sempre construía mediação entre Governo e Vereadores; sempre. Então, o Relatório vinha, pelo menos para cá, respeitado pela base do Governo. Desta vez, o Relatório vem, há uma expectativa dos fóruns das entidades, por exemplo, de que o Relatório resolva uma série de questões, e o Governo não autoriza o Relatório, ao contrário, vai destacar uma série de emendas que o Relatório aprovou! Então, de novo, não podemos ver a confiança depositada; o parecerista da CEFOR, como alguém que soluciona, faz a interlocução entre sociedade e Governo; sua proposta com todas as dificuldades colocadas, Verª Maristela, que foram várias Mensagens Retificativas, com prazo exíguo, com a complexidade como é o Plano Plurianual dessa forma. Acho que é dramático o processo que nós vivemos de construção deste Plano Plurianual. Acho que temos que ter muita calma para a votação, tentarmos enxergar cada uma das emendas, discutirmos em Plenário. Votar em bloco hoje significa assumir o Governo, como base de Governo, que não respeita e não quer interferência da sociedade, dos Vereadores. Nós teremos que tentar corrigir esses problemas na hora da votação das emendas.

Quero finalizar, dizendo que é lamentável, é lamentável que se construa um Plano Plurianual desse jeito. Eu e a nossa Bancada, a Frente Popular como um todo, está muito insegura do resultado, se não vai ser um monstrengo; se está garantido de que o que é bom deve ficar; se está garantido o processo de participação direta. Nós não temos essa certeza, porque continuaram grandes valores sem estarem abertos, sem podermos interferir neles, como é o apoio administrativo que está aberto ali, mas não abre o conjunto de programas.

Então, espero que a Cidade não perca com isso. As nossas votações vão tentar resolver, e a Casa tem que ter a sensibilidade, porque o processo até agora foi de muita tolerância com o Governo; burocracia e dificuldade para a sociedade e para os Vereadores contribuírem para o processo.

(Não revisada pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não desejaria estar nesta tribuna discutindo sobre o Plano Plurianual, mas, depois de passar a tarde inteira ouvindo as coisas que aqui ocorrem, eu de repente acho que tenho que falar.

O Parecer da nobre Verª Maristela Meneghetti, da nossa Comissão de Finanças, no primeiro parágrafo diz: “O Plano Plurianual deve ser considerado um instrumento de médio prazo, elaborado de forma estratégica pelo Poder Executivo, que se destina a estabelecer diretrizes, objetivos e metas quanto à realização de despesas de capital e outras delas decorrentes, assim como das relativas aos programas de duração continuada. O PPA passa a ser o alicerce do sistema de administração financeira dos entes federados, ou seja, da União, Distrito Federal, Estados Membros e Municípios”. O Prefeito, na apresentação do seu Projeto do Plano Plurianual, reafirma, claramente, as suas promessas de campanha. Este Plano Plurianual não vai servir para fonte de Receita ou Despesa da Prefeitura. Aqui não há rubricas que definam este ou aquele programa, ele está dizendo o que é que o Prefeito quer fazer. Nós deveríamos já ter votado, porque, na próxima segunda-feira, nós temos que entregar, é o prazo fatal da Lei Orgânica. E é bom não esquecer que, aprovado no Plenário, ele tem que ir para a Comissão de Finanças para fazer a Redação Final, e isso não é fácil.

Eu não posso entender que haja 315 emendas num Plano Plurianual; não é o Orçamento, não é a Lei de Diretrizes Orçamentárias, é o Plano Plurianual. Disputam, por exemplo, quem vai fazer o pronto-socorro da Zona Sul, como se fazer um pronto-socorro na Zona Sul era só botar um prédio lá e está pronto. Eu já ouvi dizer, neste Plenário, que 300 mil reais mensais dariam condições de funcionamento a um pronto-socorro. Então, disputam quem vai fazer o pronto-socorro, pois eu não quero fazer o pronto-socorro. Eu quero que lá tenham ambulâncias com miniUTIs e tragam, rapidamente, para o Hospital de Pronto Socorro, na área central, quando for o caso. Porque um hospital de pronto-socorro funciona 24 horas por dia, com equipes em todas as especialidades médicas, com equipamentos e isso custa dinheiro, muito dinheiro. O Município não tem para atender aos serviços de rotina da Saúde, vai manter um outro pronto-socorro?

Então, são coisas que a Câmara está querendo administrar pelo Prefeito. Eu acho que nós estamos equivocados nessa quantidade imensa de emendas que foram apresentadas. A Relatora já ficou aborrecida, porque soube que serão destacadas emendas que tiveram parecer contrário e emendas que tiveram parecer favorável. Isso é normal, todos os anos acontece isso. Agora, nunca tinham acontecido 315 emendas num Plano Plurianual, e foram analisadas uma a uma - muito bem feita a análise -, mas também não é possível dizer que determinadas emendas não possam ser destacadas por alguém que conheça mais que nós, por alguém que tenha a convivência com o problema.

Agora, é preciso o Vereador entender que ele não precisa pôr a sua marca no Plano Plurianual, no Orçamento ou na Lei de Diretrizes Orçamentárias; ele precisa fiscalizar o cumprimento de todas das leis que se fazem nesta Casa. Ele precisa fiscalizar a execução orçamentária e não criar novas fontes de gastos para o Município sem dizer de onde virá a receita para cobrir aquilo que aqui se propõe. É muito fácil emendar, o problema é quando se chega ao ponto de realizar; fica extremamente difícil.

Portanto, eu acho que nós não tínhamos de fazer todas essas emendas. Eu, tranqüilamente, não fiz nenhuma, há outros Vereadores que não fizeram nenhuma, porque sentem que não adianta fazer, não é com emendas que nós vamos resolver o problema. O Prefeito está dizendo aqui que ele mantém as suas promessas de campanha e quer administrar a Cidade dentro desses conceitos e dentro desse programa. E nós estamos fazendo, aqui, um “romance” incrível, infindável, mas no dia 15 tem de estar nas mãos do Prefeito, aprovado ou rejeitado. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para discutir o PLE nº 009/05, por cedência de tempo da Verª Vereadora Clênia Maranhão.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos para votar o Plano Plurianual que tem um novo formato por programas, por ações. É uma experiência nova, tanto para o Executivo como para nós, do Legislativo. Esta Casa teve muita sensibilidade, por todas as suas Bancadas, de reorganizar seus prazos de votação, a ponto de se poder votar o PPA e depois votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e em seguida votar a Lei Anual do Orçamento, que é, na realidade, quando irão se definir em concreto os investimentos em cada ação prevista dentro do Programa. Este é o encaminhamento, o Executivo tem feito um esforço grande para cumprir esses prazos e esta Casa também, e nós temos prazo curto para aprovar este Plano e imediatamente vamos começar a discutir a LDO que o Governo remeterá à Casa com base neste Plano Plurianual.

Houve um diálogo muito grande nas Bancadas de situação com Bancadas e Vereadores de oposição; entre as Bancadas da situação houve uma grande disponibilidade do Secretário do Planejamento, Secretário João Portela, que continua disponível na Casa a todos os Vereadores para esclarecer tecnicamente essas questões. Tenho certeza de que distensionamos, dialogando em aberto, sem carta escondida, com todas as Bancadas e verificou-se que algumas questões, às vezes, se contornam meramente com o chamamento político a ser inserido e não com valores ou com cifras do PPA, que não é o lugar mais adequado, a sede adequada para isso; é a Lei do Orçamento, muitas vezes.

Mas, enfim, avançamos muito e pretendemos fazer disso, agora bem discutido, uma boa votação, em que se vote o quórum e o relatório da relatora com os Destaques que se fizeram a fim de que se possa votar em separado as emendas. Tradicionalmente esta Casa vota as emendas em bloco, também me lembro na Assembléia Legislativa quando se votou Lei Orçamentária, LDO e os Planos Plurianuais, votou-se assim também, é praxe. Onde há um pouco de consenso, o resto se discute, se decide no voto. Aqui, podemos fazer isso, votar em bloco, e, depois, aquelas emendas que não forem votadas ou apreciadas junto com o corpo do processo. Para isso, é verdade, nos alertaram, é preciso consenso entre as Lideranças. E nós, Sr. Presidente, estamos sensíveis à propositura, inclusive, da Bancada do PT que ficou, ao final, nesse diálogo conosco, em torno do Orçamento, para que, junto com as outras Bancadas de oposição, PCdoB e o PSB, nos possam dar o acordo para que nós votemos esta matéria com as emendas em bloco e não fiquemos, aqui, por dias, votando, encaminhando e discutindo emenda por emenda. Como há ambiente para isso, o mais sensato para nós é que façamos assim. De minha parte, conversei com as Lideranças, com alguns companheiros, com Líderes, com a Verª Mônica Leal e o Ver. Fraga, peço até que me sinalizem, nós temos essa possibilidade de permitir, temos lá os nossos Requerimentos de pedido de Destaque das emendas, mas vamos permitir, não que encerre neste momento a discussão, mas que ela possa ficar em aberto até quarta-feira, quando abre, apenas pendente de uma inscrição e eu estou lá inscrito para falar. E nós, hoje, aqui, façamos simplesmente o encerramento com a forma que o Regimento nos permite, que é com a retirada do quórum e nós possamos retomar na quarta-feira, depois de amanhã, podendo terminar o acordo para votar isso em bloco. Que a gente termine essa discussão, Sr. Presidente, na abertura da Sessão de quarta-feira, que está destinada só para esse tema, o PPA, e que a gente possa, na quarta-feira, quem sabe, na primeira hora, inclusive, em alguns minutos, encerrar esta votação.

É bom para todos e não perdemos tempo. Ganhamos tempo de não estar discutindo emenda por emenda, porque são muitas as que foram apresentadas pela Casa. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há Vereadores inscritos, mas precisamos prorrogar a presente Sessão.

Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Oito votos SIM, 3 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO. Não há quórum. Não encerramos a discussão, isso fica claro. Há Vereadores inscritos.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h37min.)

 

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